quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Aniversário... o último.




Um ano. Completa hoje um ano este meu projecto. Este blog.
Mudei durante este tempo. E muito.
Neste espaço deixei pequenos pedaços de mim. (re)Leio-me e não me vejo.
Pouco, muito pouco faz sentido, do que está aqui perdido.

Não é esse o motivo pela qual encerro este espaço. Apenas chegou a altura de mudar de ares. Há muito que o blog serviu o propósito pela qual foi criado. Perpetuei a sua existência por mero prazer.

Talvez volte, mas num outro espaço.

Foi um prazer leitor.

Até mais.


PS: Tenho uma nova morada. Paranóias de um Esquizofrénico. Apenas eu nessa morada.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Amo-te incondicionalmente







Isto é aço. Imutável por mãos humanas. E ainda assim arranjou-se maneira de o trabalhar. Isto é uma baleia azul à escala de 1:1 que se encontra à porta do museu da ciência em Tokyo.
(...)
Minha pequena, meu amor. É possível trabalhar tudo e moldar à nossa vontade. O destino, esse que todos veneram e temem. Não vale a pena perguntar porquê, mas no passado esse cabrão omnipotente pregou-nos uma rasteira.
Anos passados... e voltamos a juntar-nos, volto a sentir e a viver o auge da alegria. Volto a ser eu... livre. E, novamente, volta aquele nosso demónio para nos assombrar. E chega uma nova rasteira que nos propõe, sem que possamos recusar, uma nova distância.
E eu, pelo bem que me fazes sentir e pela força que me dás, proponho-me a moldar o destino. Desde que isso respeite a tua vontade...
Proponho-nos sobreviver à distância com visitas ocasionais e lutar. Por novos tempos como estes que temos tido. Mas que durem muito mais tempo.

Vai ser uma tarefa herculeana. Mas por momentos destes ao teu lado... venham as minhas 12 tarefas.

Venha o que vier, dê no que der. Irei para todo sempre guardar os últimos tempos manuscritos no meu peito.
Momentos perfeitos.

(...)

Já deixei neste blog palavras sobre inúmeras mulheres.
E disse, algures pelo meio, que estava cansado de encontrar-te em mil pedaços. A ti, minha pequena.
Essas mulheres que despertavam em mim uma qualquer paixão não passavam de, todas juntas, um pequeno puzzle de ti.

Voltei a achar-te. No mesmo ser corpóreo.
Amo-te incondicionalmente. Até ao fim da minha existência.

Um beijo grande. Um abraço ainda maior.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

In memoriam

Fúnebre. Sentimento fúnebre que vos corre pelas veias. Que vos invade, que vos rouba essas lágrimas, lavando-vos o rosto.

De partida. Com a vida suspensa, cansado.
Partiu e deixou-vos sem ele, com um vazio nas vossas horas, no vosso âmago.

Todos vós se cansaram, ninguém desistiu. Nem o próprio viajante, acredito. Porém existem leis que nenhum ser hérculeano venceria.
O viajante está em repouso, assim como vós deverieis estar. Chorai tudo agora. Num dia só, numa hora ou num minuto. Mas chorai agora.

Chega de lágrimas, chega de lamurias! O viajante, esse vosso ente querido, nada disso iria desejar.
Ficam as lembranças de tudo o que ele foi, de tudo o que ele fez. E fica em vós tudo o que ele sempre será.

De agora em diante é tempo de continuar a viver e deixar o viajante ser livre.
É tempo de secarem os vossos olhos, erguerem o vosso queixo e manter na memória tudo o que de bom passou.
Recordar é viver, diz o povo desde sempre. Recordai então o viajante e ele viverá, com prazer, através de vós.

Aos crentes, está num lugar melhor.
Aos cépticos, até a vida tem as suas leis e esta ninguém vence.
Ao viajante, descansa em paz meu caro.

Do pó ao pó.

In memoriam

domingo, 21 de setembro de 2008

Aos leitores




Estou ausente. Tenho andado bem disposto, longe de loucuras.
Corrigi erros do passado, ponderei mudar umas coisitas. Fiz asneiras, segundo consta. O que me deixou muito triste.
Talvez essas coisas e muitas outras um dia mereçam um post, em particular a asneira que fiz. Talvez seja em breve, talvez seja num tempo longínquo. Não sei.
Hoje, cansado de ver o blog assim parado, decidi dedicar um post aos leitores. Não tanto aos leitores assíduos, mais às almas que aqui aparecem por acaso do destino (leia-se google).
Há uns dias atrás, mais ou menos noventa dias, três horas, 20 minutos e alguns segundos, descobri uma ferramenta muito útil para webmasters. Consiste em criar uma conta num site totalmente grátis, adicionar um projecto, neste caso o meu blog, e ser-nos-à dado um código para por no mesmo.
Feito isso, o dito site começará a gravar os dados não pessoais do visitante. Como chegou ao blog, quando saiu do blog, quanto tempo esteve cá, se é a primeira vez que vem, se volta, a resolução do seu ecrã, a localização geográfica (sendo isso muito pouco discriminado já que as pessoas de Mira aparecem como sendo de Coimbra), o sistema operativo que usam, etc.
No caso de o visitante abrir o blog através de um motor de busca são guardadas outras informação adicionais. O motor de busca que usou e as palavras que foram pesquisadas.

É sobre este ultimo ponto que me debruço hoje.
Deixo aqui alguns exemplos não ordenados por data, mas ordenados conforme me aprouver.
Uns terão direito a comentário. Outro nem por isso, aqui fica.

frases com livre-arbitrio -- Lamento desiludir o leitor, mas não existem frases com livre-arbítrio. As palavras estão sob o total controlo dos humanos. Pobres coitadas.

o que quer dizer com a frase: agora eu não sou mais eu -- Dum ponto de vista externo (creio não estar em erro) é somente uma frase composta por seis palavras, com todas aquelas classes morfológicas que não refiro aqui por não ser do meu conhecimento as mudanças que decidiram fazer a essa área nos últimos anos. Alunos passaram anos a estudar isso e, anos passados, foi-lhes dito que o sujeito afinal não seria chamado sujeito, mas outra coisa qualquer. Faz todo o sentido. Chamar sujeito é demasiado impessoal, vamos chamar-lhe querido. Dum ponto de vista interno Tem muito mais que se lhe diga. Mas resume-se a "problemas existenciais", recomendo que consulte o psiquiatra mais próximo. Não vá o leitor ser megalómano e decidir matar toda a gente boa porque acha que elas não têm o direito de viver. Ai! Oops! Isso sou eu.

labilidade (muitas, mas mesmo muitas vezes e com as variantes "labilidade de humor" e "o que é labilidade") -- Acho que um dia dedico um post a essa palavra só. Merece. Ninguém faz ideia da quantidade de gentinha que aqui vem parar por causa dessa palavra. Estou-lhe em dívida. Curiosamente a maioria vem da variante br do google.


Auto mutilação (Nem me dei ao trabalho de contar) -- É bonito ver a quantidade de pessoas com falta de originalidade neste mundo. E viva a variante br!!

desisti de ser um génio já é difícil ser pessoa -- Eu também meu caro, eu também. Já dizia Albert Camus "Não quero ser um génio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem!"

Ser perfeito é um tédio -- Onde pára a modéstia?

A feiúra é o meu estandarte de guerra. -- Fico contente com esse método anti-guerra. Mas não me parece que isso faça os inimigos fugirem. Talvez tenham pena, quem sabe.

dor no pescoço depois da praia -- É a falta! É a falta de jeito que manda lembranças.

posso ter defeitos, ficar intrigado - fernando pessoa -- Lamento ser eu a desiludi-lo, leitor. Sei perfeitamente o texto que procura e tenho a dizer que esse texto não é de Pessoa.

ser demente blog -- Fiquei contente ao constatar que várias pessoas pesquisam isso no google. Falta saber se é da publicidade que me fazem ou se são leitores desnaturados. Façam "Ctrl + D" meus caros.

proibido degolar guerra -- Informo que não é somente na guerra que é proibido. Mas se o leitor souber fazer a macadamia (Private joke) ninguém precisará de saber.

as tuas palavras me fazem sonhar -- Era uma canção de embalar?

paradoxo de zenão -- Aprendi o que era essa coisa num filme. Um filme que retratava a paixão que uma jovem, uma parente próxima ao Sr Einstein, nutria por um mecânico de automóveis, julgando que ele era uma mente brilhante. É a única coisa que me recordo do filme, a maneira como aprendi o que era o paradoxo de Zenão.

hoje não sei viver sem ti. -- Não se preocupe leitor, pode ser que amanhã saiba.

já não sei viver sem o telemóvel -- São incontáveis. Esses espécimes.

palavras para uma amiga especial (Ou "frases para uma amiga especial") -- Há imensa gente que me lê ao acaso através dessas palavras ou de outras dentro do género. Só espero que não andem a iludir as meninas com as minhas palavras. Ai, ai!

beijo em ti -- Pode ser mais especifico?

não sei viver sem ti... tenho saudades -- Informo o leitor: A tecnologia googleana (inventei esta palavra e achei que ficava gira. Já que "to google" já vem nos dicionários de verbos nos USA eu também posso criar uma coisa nova.) é muito inovadora. Já não são necessários os "+" para adicionar palavras à pesquisa, porém os "-" ainda devem ser usados para excluir termos. E as coisas demasiado comuns como as preposições simples ou a pontuação (ex: reticencias) são excluídas da pesquisa.

és uma amiga especial -- Experimente dizer isso à pessoa em questão. Costumam gostar. Salvo se a pessoa em causa for do sexo masculino. Nesse caso aconselho-o a mudar o género da frase.

sou superior a ti -- Tenho as minhas dúvidas.


E pronto. É isto leitor.
Das últimas 109 entradas através de motores de busca retirei estes exemplos.
Saiba-se que nunca outro motor de busca foi usado à excepção do google e das suas variantes.
As minhas viagens por blogs estranhos que também usam este sistema mostram-me que há um tema que faz subir o número de visitas exponencialmente. Esse tema é: Pornografia.

Está provado que se um blog contiver as palavras "meninas nuas", ou "famosas nuas", ou ainda "celebridades nuas" e muitas outras variantes o número de visitas será incontável.
E claro, digo isto para eu próprio tirar certezas.

Deixo também claro que a maneira como eu descobri esses blogs foi a saltar de uns para os outros. Não quero que hajam especulações.

Também está provado, através de um estudo peniano, que o pénis português tem em média 15.82cm. Não são 15.8cm e não são 15.9cm. São 15.82cm. O que faz toda a diferença. (Ler "A boca do Inferno" de Ricardo Araújo Pereira)
Nesse mesmo estudo denota-se que os altos terão o pénis maior que os baixos. E os magros repetem a proeza em relação aos gordos.
Não se sintam contentes se forem altos e magros, porque o mesmo estudo dedica uma parte aos "inconvenientes" que um pénis de grandes proporções pode ser. (Ler ainda a mesma obra).
Quanto ao estudo, poderá ser lido em "O pénis - da masculinidade ao órgão masculino". Uma obra de Nuno Monteiro Pereira.

E assim me despeço leitor, sem ter dito algo de jeito.
Uma das minhas qualidades.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Excepções



Jogar à bola até romper as sapatilhas. "Achar" rolamentos para fazer carrinhos e depois "desbumdar" com eles. Fazer aventuras de bicicleta como ninguém viu. Nadar nu. Andar de skate.
Andar à pancada fazia parte de cada um.
Tudo isso. Mas os estudos tinham a sua importância e haviam bons resultados.
E foi assim a infância do meu irmão, até onde sei. Isso fez dele o homem que é hoje.
(...)
Não sei nadar, andava de skate somente sentado. Nunca senti o cheiro a um carrinho de rolamentos. E, segundo o meu irmão, “os putos do bairro tinham outra união naquele tempo”. No dele.
Eu passei dias sem fim a jogar à bola. Nunca tive uma bicicleta sem rodas de apoio e, quando aprendi a andar sem elas na bicicleta de um amigo, nunca fui nenhum aventureiro. Limitava-me a andar às voltas no jardim. Em pequeno andava imensas vezes à pancada. O meu oculista de eleição lucrava com isso.
Nas férias de verão era a minha tarefa predilecta apanhar a fruta das árvores que haviam relativamente perto do bairro. Os respectivos donos não lhe viam muita graça.
Consolas eram uma coisa que havia em casa, mas era preciso pedir para mexer.
Entretanto, algures no meio do tempo, o meu irmão comprou uma consola para ele com o dinheiro do primeiro trabalho de verão. Escancararam-se-me as portas para esse mundo virtual e eu entrei de bom grado.
Já no meu tempo se começava a ver a criação de dependência pelos vídeo-jogos.
Os meus irmãos, ao verem o poder absorvente que tal tinha sobre mim, apresentaram-me os livros.
E diga-se que eu gostei...
Já conhecia esse objecto mas, para mim, não passava de um adorno de estante.
Comecei então a ler, fui ganhando alguma cultura.
Anos depois, aqui estou. Pelo meio apanhei o gosto pela escrita e ganhei um apreço pela literatura de Palahniuk.
Este sou eu. Não me considero uma pessoa culta, porém não me vejo inculto. Não considero que nutra de uma inteligência fora do normal, apenas acho que tenho relativa facilidade de aprendizagem.
Sou uma pessoa saudável e tudo o que passou contribuiu para isso, de certa forma.
Eu era o puto bem disposto que nunca fazia os trabalhos de casa mas sempre tirava boas notas. Eu era o puto que ia vezes sem conta ao conselho directivo fazendo com que toda a gente soubesse o meu nome, contudo nunca fui suspenso. Era traquina, mas todas as pessoas gostavam de mim, excepto, talvez, alguns colegas com quem tenha tido problemas.
Sou filho de pais separados e nunca me meti em drogas. Nunca me faltou comida à boca (eu até comia por 2), mas não capaz de me voltar a vestir daquela forma.
Hoje em dia não estou na cadeia. Não tinha telemóveis nem internets nem nada disso. E sempre fui um bom rapaz.
Agora vejo metade da minha geração a ver o sol nascer aos quadrados, enterrados em drogas ou fugidos da policia. Outra grande parte são incultos e nunca acabaram a escola (12º). Alguns nem a obrigatória.
Eu cresci a comer terra e a brincar nos latões do lixo. Hoje não tenho nenhuma doença crónica por causa disso.
Na varanda de minha casa haviam bancos e eu nunca cai pela mesma.
Eu chegava aos medicamentos e nunca os tomei por diversão.
Hoje em dia dizem que não se deve deixar os putos brincar na areia e é impensável faze-lo nos latões do lixo. Mas hoje em dia passam a vida nos hospitais com os putos porque eles têm mil e uma doenças.
Existem grades nas varandas, objectos perigosos estão fora do alcance. Todo o cuidado. E cada vez mais há acidentes em casa.
Venha lá a minha "má" infância então.

E os putos de hoje?

Os putos, coleccionadores de doenças, vivem em frente ao televisor com o comando de uma consola qualquer da ultima geração numa mão. E uma coca-cola na outra.
Almoçam pizza ou fritos dia-sim dia-sim. (Como eu gosto de uma boa sopa.)
Têm telemóvel aos 6 anos, coisa que nunca irei compreender. Argumentam os pais que é para estarem em contacto com os meninos. No meu tempo a escola ligava para casa ou para o trabalhos dos pais quando era preciso.
Tornam-se ditadores debaixo do tecto da sua casa quando os progenitores ainda lhes trocam a fralda. Sentem-se superiores. Os poucos espécimes humildes que conhecem são desprezados e apenas confraternizam com os seus iguais.
As raparigas tornam-me o estereotipo americano cedo. Incultas, todas aperaltadas, megalomaníacas e com um grau de estupidez agudo. Fico feliz ao verificar excepções. Os rapazes conhecem tudo sobre carros. Pronto, vá, aquilo que aprendem nos jogos direccionados para essa área. Só lhes passa na cabeça desejos sexuais e 99% deles apenas leram um livro na vida. "Eu, Carolina". Os restantes não sabem ler.

Estou a exagerar, certamente. Mas encontre-se aqui perdidos fragmentos da verdade.
Com a vinda de novas gerações as coisas parecem-me piorar.
Não acho que todas as pessoas devessem ler. Acredito que devia fazer parte dos interesses de cada um aumentar a sua cultura. O saber não pesa. Devia fazer parte de cada um querer ler um livro qualquer do seu gosto e discuti-lo com alguém que lhe partilhasse as paixões.
Mas, tristemente, já vi, na minha geração, tal ser quase desprezado. Já vi pessoas serem postas de parte em conversas porque queriam falar de literatura.

Já.... já me pediram que me calasse. E depois, nos momentos em que sinto dentro de mim uma crescente revolta e tento, sem êxito, fazer ver naqueles que me são mais próximos a luz da (minha) verdade. Nessas alturas passo eu por megalomaníaco.

(...)

Este post esteve guardado durante uns dias. Comecei a escreve-lo e tive de interromper a minha tarefa por motivos exteriores. E ficou assim...
Quando voltei a olhar para ele, tentei acaba-lo. Não lhe vejo sucesso.
A ideia que tive para o post era bem mais grandiosa do que a aqui presente. Era digna de qualquer leitor.
Não gosto. Ainda assim, aqui fica.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Último Adeus



E, como disse, o tempo está a tirar-te de mim.
Custa saber-te longe, mas ando mais calmo, mais relaxado. Só é pena que contigo leves também as palavras...
Em momentos de qualquer coisa que ainda não aprendi a definir, em momentos que sorria com as lágrimas a lavarem-me o rosto. Em momentos que o sol me derretia a face e a chuva me fustigava a pele.
Em momentos.
Em momentos em que eu era invadido por inúmeras perguntas. Naqueles momentos que alguns insistem em chamar crises existenciais, gosto mais de chamar esses momentos de "instantes de fraqueza injustificada a acompanhar duvidas irreflectidas".
Nesses momentos tu invadias a minha cabeça e dançavas. Dançavas com todas essas duvidas que me assaltavam até elas se cansarem.
E, assim, escrevia.
Sobre o que quer que me surgisse na mente.
Partiste. E contigo foram também as palavras. Apesar de te saber longe, descanso.
Porque, quando voltares, vais abraçar-me, sorrir-me cheia de vontade. Contar-me todas as viagens que tiveste, os demónios que enfrentaste, os deuses que te abençoaram.
Vais contar-me tudo com a alegria e o entusiasmo de uma criança.
Eu, contente pelo teu regresso, vou receber-te de bom grado. Vou beber-te todas as histórias (estórias).
Para depois partir eu. Para bem longe.
Por quanto tempo? Dependerá de ti. A tua vontade trar-me-á de volta. A teu pedido, ter-me-ás um regresso.

Este descanso que a distância me proporciona. Esta calmaria arrebatadora. Este silêncio. Roubam-me a vontade de escrever.

E só insisto, mesmo sem vontade, porque já não o faço para tentar agradar a ninguém. Apenas quero.

Não te queria para mim, moça. És ainda uma menina, ainda que a tua fisionomia te diga Mulher. És ainda uma pequena criança que me acusa megalomania.
Não, essa não é uma das minhas loucuras. No tempo que dediquei aos outros, esse meu grande pecado, vi-me forçado a crescer. Evoluir.
Tornei-me demasiado grande para que consigas suster-me em ti. Primeiro terias que compreender-me, uma tarefa herculeana.
Compreender tudo o que sou. Tudo o que me fizeste ser.
Entendo que me acuses de megalomania, só porque sei que nem eu mesmo me entendo. Não sou superior a ti, nem a ninguém. Apenas diferente.
Tu precisas de debater com amigos para poderes ver todas as faces da moeda. Eu consigo fazer isso sozinho. Perspectivar toda uma coisa, de varias formas e sozinho.

Não te quero para mim, és já minha. Este amor socrático, platónico, que nutro por ti faz-te minha.
Por toda a eternidade.
Veloz aproxima-se o dia do último Adeus. O dia em que me despedirei de ti com toda a vontade. Mesmo sendo provável que nos tornemos a encontrar, que tornemos a cruzar olhares. Mesmo assim, não serei mais eu.
Vou fazer a minha própria viagem dantesca e deixar outra parte de mim no meu lugar.
Creio estar a começar uma nova aventura, chamemos-lhe assim. Creio estar a começar a dar valor às coisas correctas. Creio que vou começar a viver.
Continuarei sendo eu. "Tudo para todos, diferente para cada um".
Para ti... serei apenas mais um.

Entenda-se.


PostScript: Finalmente de férias.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Desabafo (2)



Um dia li, por sugestão da minha tão querida irmã, versos do Sr. Fernando Pessoa.
Por medo, recusei-me a ler mais. Ainda que mais tarde tenha lido um outro poema.
Esse medo, nascido duma estranha confissão (que julgava) minha encontrada em palavras de outrem, manteve-me longe para que me fosse permitido continuar a escrever e sentir que fazia algo diferente. Porque o sentimento que mais me invadia era o de nunca fazer nada bem. E, quando o fazia, nunca fazia nada de novo.
Cansado, deixo-me vencer e cito o Sr. Pessoa.
"Não sei quantas almas tenho."
(...)
Porque, no sofrimento que insisti em infligir a mim mesmo. Na solidão em que tanto me quis enclausurar. E que, de tanto querer, consegui.
Porque em ambas essas coisas criou-se a tentação do meu pecado.
Deixei de viver em mim, quebrei o meu primeiro principio. Deixei de viver para mim, para viver no que os outros queriam que eu fosse.
Assim, fui-me criando e criando. Até me perder a conta.
"Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu."
(...)
Perdido em mim, sem saber o que escolher. Sou tudo para todos, diferente para cada um.
E agora estou cansado. Há muito que travo esta luta.
Nesse meu pecado, numa inesquecível ocasião, quebrei outro dos meus princípios.
Deixei-me vergar perante alguém, deixei que esse alguém fosse superior. Só para que outro alguém saísse das ruas da amargura.
E fui quebrando valores, partindo a minha pessoa em pedaços.

Para uns estarei a hiperbolizar, para outros não fará sequer sentido, para um terceiro grupo, talvez preenchido por ninguém, serei o auge da razão.
Na minha penumbra, caminho de olhos vendados.

Nos últimos dias tenho sido invadido por um sentimento fúnebre que há muito desconhecia em tal força.
E surge-me a minha eterna pergunta.
O que é mais cobarde?
(...)

"Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: ["Fui eu?"]
Deus sabe, porque o escreveu."


Finda aqui mais um desabafo, ou uma tentativa.
Talvez fuja ao que costumo escrever, mas estava mesmo a precisar. Por muito pouco que tenha dito...
O que começou por ser um blog para mostrar teorias que não lembrariam ao Papa acabou por se tornar um antro de cartas de várias coisas dissolvidas entre cartas de amor.
Neste momento é a fonte do meu orgulho.

Aos leitores, peço desculpa pela ausência.
Já disse a ilustre Lia Palma "quem quer arranja tempo, quem não quer arranja desculpas."

Eu tenho tempo e um monte de desculpas. Fico-me pela indisponibilidade psicológica.
Escrever exige vontade.
Até breve, espero. Mas quem sabe?


Preciso de ti, minha estranha.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Desabafo



Dói-me. Dói-me a alma.
Sentimento fúnebre que me invade. Fruto desta minha auto comiseração sem fundamento.
Os meus lábios são a foz. A foz dos rios que me nascem nos olhos.
Sofrimento que faço crescer em mim.
Dói-me ter que partilhar-te, adoro os nossos momentos.(clique para ser redireccionado para o post em questão.)
Não consigo entender. A sós, vejo os teus olhos iluminarem o caminho com o brilho que emanam. O teu sorriso; ergues-me aos céus com o teu sorriso.
Adoro ver-te feliz, vendia a alma a quem me prometesse felicidade eterna... para ti!
Nunca te vi chorar. E não, isso não é bom! Nunca te vi chorar saudades minhas quando eu chego depois de um tempo que me fez transbordar de nostalgia. E tu? Apática.
Ainda assim, adoro quando estamos apenas os dois.
Mas, na presença de outrem, tu desligas para mim. Vais embora do nosso mundo. Quase me mata a maneira como passas a olhar-me.
Não peço que me ames como te amo, peço que mostres apreço por mim, que reconheças o que sou para ti na verdade. Não peço que saias a gritar ao mundo o que sou para ti. Gostava apenas que não te escondesses sempre que alguém vem para o pé de nós.
Por vezes chegas mesmo a ignorar-me. Ah!, como dói!
Um dia mato-te e levo-te, na minha mala de viagem, a conhecer o mundo. Assim serás apenas minha.
Para sempre, até onde a minha vida se perpetuar.

Em desabafo, amo-te mais que alguma vez amei alguém. Vou afastar-me de ti, estou a fornecer ao tempo o necessário para que seja ele o malfeitor.
Se permanecer, morrerei em breve.
Porque eu; Eu estou no limite da minha existência.


PS: Apenas quero deixar esclarecido que nenhum leitor sabe a quem se dirigem estas palavras. É só para não haverem especulações por parte daqueles que me possam "conhecer". Honestamente, nem eu sei ao certo a quem dirijo isto. Ou a quê.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sublime prazer



Começas por sentir prazeres estranhos.
Sorris quando vês sangue, sentes a injecção de adrenalina ao fenderes a pele.
Furas, rasgas, arrancas pedaços.
Já arrancaste dedos. Os mindinhos dos pés, que são completamente inúteis e não roubam mobilidade. Ainda assim, prazer. Êxtase.
Fazes um olho sair da orbita, partes em gomos.
Porquê em gomos?
Porque não?
Deixas o outro intacto, não há necessidade de cegueira total.
Sempre que abres uma ferida, chegas-lhe um ferro em brasa de seguida. Não vá morrer de hemorragia.
Nasce-te no peito a extrema vontade de arrancares um braço ou uma perna. Teria de ser com muito cuidado, com atenção cirúrgica. Não poderia haver falhas, por isso não arriscas. Outro factor que te impede é a mobilidade e a autonomia, ficariam condicionadas.
Por esta altura, quando já andam dois dedos pelo chão, quando há um braço a lembrar um tabuleiro de xadrez por causa dos pedaços de carne arrancados e por teres queimado o que ficava, quando já tens gomos de um olho espalhados pela mesa, quando existem múltiplas fendas no peito, quando já estás cansado disso, surge a vontade de cravar uma faca no peito e acabar com tudo.
Mas não findas aqui.
Aqui; aqui é apenas o começo.

Tu começas assim, com auto-mutilação.
Depois deixas sarar e passas a brincar com os outros.
Sublime prazer.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vou perpetuar este momento



Esbelta, sais desse teu palacete andante, dessa tua carruagem doirada.
Singular, nesse teu vestido de oiro e prata bordado com pedras preciosas e com esse sapato de cristal, desces as escadas sem fim que me separam de ti.
Chegas, beijas-me a face. Estou nestes meus farrapos, nestas roupas vergonhosas. Humilde.
Pequeno diante de ti.
Agarras a minha mão e transformas-me, os meus farrapos ficam num fato de gala, roupas pomposas.
Assim, torno-me o teu príncipe encantado.
Juntos, num infindável jardim com flores de todas as cores e formas, a olhar o suspirar das fontes que se vangloriam neste mar de plantas. Dançamos. Marcamos o compasso da música que o vento nos sussurra ao ouvido.
Penetras-me com esse teu olhar cativante, aqueces-me a alma. Deixas fugir um sorriso deslumbrante que me acalma. Leva-me as cautelas, as preocupações, os problemas.
Agora estamos apenas nós, sou livre.
Vou guardar todos os teus traços, o teu cheiro, o teu andar. Vou guardar as tuas formas, a forma da tua roupa, a forma e a cor das flores.
Vou guardar o brilho da lua, o brilho dos teus olhos, vou guardar-te.

E depois, sonhando, vou perpetuar este momento.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Mundos diferentes.



Eu escrevo. Nunca escrevo sobre ninguém em especial, excepto se forem cartas, claro.
Escrevo sobre mulheres, moças, meninas que passam na minha vida por instantes e me fazem sentir algo. Ou então sobre mulheres que não passam, entram e permanecem.
Hoje vou escrever sobre ti, passaste, permaneceste e partiste depois.
Não, hoje vou escrever sobre nós. Eu sei que me lês. Obrigado.
Tenho saudades, as cores do mundo eram outras. Quando o tempo era nosso, tudo tinha outra alegria. Era realmente nosso, o tempo.
Querida Lia Palma, eu e ela parávamos os relógios. E criávamos os momentos que mais me fizeram sorrir. Lia, tenho que agradecer-te, os passeios que damos, os cafés sem café. São os momentos em que saio do meu mundo, em que abro as portas deste meu inferno pessoal.
Obrigado!!
Voltando a ela…
Eu e tu… tenho saudades de andar de mãos entrelaçadas, de apoiar a cabeça no teu ombro.
Tenho saudades de estar naquelas escadas contigo a meu lado. Víamos o cair da chuva.
Quero momentos como aquele em que me abraçaste na paragem de autocarro e não disseste uma única palavra.
Tenho saudades de te ver sair do transporte a sorrir para mim e dizeres-me “Bom dia!”.
Tenho saudades…

(…)

Somos de mundos diferentes, incompatíveis.
Entrelaçar de novo as mãos vai ser uma coisa difícil salvo se, tal como disseste, for longe de tudo e todos.
Vai ser uma decisão difícil. Como gostava de te ter no meu mundo.

Um beijo.


PS: Eu disse que ia passar. E passou.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Auto Mutilação



Choro.
Estou a verter todas as minhas lágrimas, vou secar os olhos.
A Razão diz-me que não tenho motivo para chorar, argumenta contra o sentir.
Eu, num aparte, pondero auto mutilação. Assim nem a razão dirá que não tenho motivo.
Talvez apague um cigarro num braço, talvez chegue ao peito o ferro de soldar.
Talvez rasgue as pernas com um X-Acto.
Estou revoltado, triste, cheio de raiva.
Vai passar...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eu sou uma Fénix suicida.



Sobe o pano.
Começa a dança teatral de olhares subtis e sorrisos ténues.
Entre ensaios, entre cenas, actos e peças. Entre peças e mais peças. Entre aplausos, urras e assobios. Por vezes, entre apupos. Entre a excitação do começo e a respiração ofegante do final. Entre o Génesis e o Apocalipse do meu ser.
Entre nós. Entre mim e ti; na dança sublime de cruzares de campos de visão.
Eu morro.
Uma e outra vez. Perco todo o meu vigor.
Do compasso da tua voz saem flechas de coisa nenhuma, invisíveis aos olhos do mais poderoso dos deuses, que me atingem no peito e me trespassam o coração. Essas flechas, essas setas mortais, sou eu quem as cria. Vejo, em tudo o que és tu, perigo, a morte.
Lentamente… Eu morro.
Uma e outra vez. Perco todo o meu vigor.
Trazes-me à vida num ápice. Tal como me matas de novo. Ainda na minha convalescença vejo-me forçado a largar a vida. A deixar tudo para trás.
As tuas palavras, os teus olhares imperceptíveis, os teus sorrisos indecifráveis.
Tudo isso me mata. Acho sempre que tudo é culpa minha, julgo sempre que fiz uma qualquer asneira.
Deixas-me viajar até às portas da morte, até ao apogeu do ódio próprio. E agarras-me para a vida.
Um sorriso meigo, um olhar que me faz dócil.
Trazes-me à vida.
Uma e outra vez. De espírito renovado.
E fico assim, numa peça eterna. Até que tu te canses ou que eu me feche novamente no meu mundo.

Isto cansa e faz-me acreditar que eu sou apenas uma merda duma Fénix suicida. E Tu; Tu és a cinza de onde renasço.

PS: Não sabia que nome dar-te. Chamar-te-ei de Thalia. Uma das nove musas.
Então, Thalia, foi um prazer falar contigo.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mulher de Areia.



Vens no meu encalço e descortinas o meu mundo. Invades o meu olhar, fazes-me sentir pequeno. Levantas o Sol para apagares as sombras, lanças-me um olhar que apaga, ainda que momentaneamente, todas as mágoas, todos os rancores.
Danças; eu observo. As tuas curvas, os teus traços, as tuas feições. Tu; recortada na penumbra do meu mundo, onde eu vivo.
Agarras-me pelo braço e puxas-me para ti, sinto o teu cheiro, o teu perfume.
Com gestos e olhares encantas-me, trespassas-me a alma.
O momento que eu receava chega e tu viras-me as costas, diriges-te para a saída deste lugar, agora deixarás de ser somente minha.
Sou assombrado por uma vontade imensa de te segurar a mão e pedir-te para ficares. Mas sei, pela voz da experiência, que neste momento és uma mulher de areia. Se eu te segurar agora; fugir-me-ás pelo meio dos dedos para nunca mais voltares.
Vou dar tempo ao tempo. Porque tudo tem o seu momento e o seu lugar.
Vou deixar-te partir e esperar que voltes. Deixar que sentimentos ganhem forma e se tornem tangíveis. Depois, e só depois, poderei segurar a tua mão e pedir que permaneças.
Passado este meu momento de (in)decisão, tu paras por instantes o teu caminho para o exterior de mim, olhas-me nos olhos e perguntas: “Vens?”.
A minha fortaleza ruiu, apagaram-se as sombras, iluminou-se a penumbra.
Abandonei o meu mundo.
Vejo as coisas ganharem forma, ganharem cores.
É tudo tão alegre, tão esbelto.
Tu; tão sublime.

O meu mundo está agora a meus pés. Depende, agora, (mormente) de mim qual será o lugar onde ficarei.
Mas… onde queres ficar tu?

Enfeitiças-me.

Aos que me leram, obrigado.

PS: Aos anónimos, um muito obrigado. Sinto-me de um tamanho imensurável ao ler tais coisas. De orgulho ao rubro. Coisa esporádica.
Eu conto pelos dedos duma mão as vezes que li o grande Pessoa. Receio encontrar-me nas suas palavras porque também eu “Não sei quantas Almas tenho”. Mas sei, com absoluta certeza, que sou todas elas e que, por si só, nenhuma delas sou eu. Já me foi permitido aprender isso.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Findo a guerra (...) Aos meus demónios interiores



Por mero acaso, voltei aos versos. Não é a escrita que mais gosto, mas deixei-me levar por momentos.
Daí resultou o que apresento em baixo.

Entre folhas do meu livro; Entre versos de amor
Entre prosas sem sentido; Procurava algum louvor
Fui crescendo comedido; Afogado em mágoa e dor
Criei em mim um partido; Sou meu próprio Criador

Fugi à minha existência; Renomeei minha parte
Aprendi pela insistência; Fazer de palavras arte
Com medo da incompetência; Ergui meu baluarte
Após a tua aquiescência; Baixo o meu estandarte

(...)

Findo a guerra ao meu ser,
Aos meus demónios interiores
Faço a minha barreira ceder
E abraço os louvores



Ao leitor, obrigado.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Momentos



Momentos. Adoro momentos. Pequenos e grandes momentos. E momentos.
Adoro.
Naquelas alturas em que estamos a sós, em que me olhas como se não existisse horizonte. Em que olhas para Mim.
Escassos momentos longe de tudo, até de tecnologias. Beijas o meu rosto e sorris.
Adoro quando sorris, adoro a forma que o teu rosto assume quando sorris.
Ainda mais, quando sorris para Mim.
Adoro quando me beijas a face e sinto um aperto no peito. Mas odeio ter de te deixar partir.
Quero que fiques, que te possas sentir segura nos meus braços e dizer que te amo.
Quero passear contigo a segurar-te pela mão. E mostrar ao mundo a alegria que me fazes sentir.
O teu sorriso, o brilho dos teus olhos. Ah; o brilho dos teus olhos.
Quero, junto contigo, caminhar na praia de mãos entrelaçadas.
Quero, no âmago da minha existência, poder ser eu.
Mas não posso! Tenho de procurar-te numa outra personagem.
Enquanto não te encontrar num outro ser, num outro local, vai ser difícil não chorar perto de ti.
Sem culpa, deixas-me doente. E, por causa minha, não o sabes.
Odeio não te poder responder quando, naqueles esporádicos momentos, me perguntas porque choro.
É a alegria de te ter, ainda que não para sempre. Mas naquele momento és minha, não existes para o mundo.

Ao leitor, esses momentos que tanto gosto duram um punhado de segundos.
Retiro-me.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Um dia de praia.



Editado: Estas palavras não são minhas. Não são de outra pessoa, mas não são minhas. Entenda-se.


Estou cansado. Um tanto revoltado também. E cansado, ah!, cansado.
Ao vigésimo terceiro dia do sexto mês de cada ano temos, em minha casa, o hábito de jantar todos juntos. São dias raros e, regra geral, passam-se uns bons momentos.
Este ano, para repetir a proeza que fez no natal, o meu “ilustre” irmão decidiu ir jantar a casa de outras pessoas. No natal tinha sido o almoço do vigésimo quinto dia.
Isso revolta-me, mas não é disso que venho falar.
Avançando um dia na data, para 24 do sexto mês, eu estava na praia.
Tudo parecia bem. Um dia de sol alto, de invejar quem trabalhava no resto do país.
Um vento agradável que me afagava a pele nua enquanto repousava na toalha.
Um mar calmo e refrescante.
Um dia de boa disposição.
Tudo óptimo até, apenas porque nos estávamos a vir embora, decidirmos jogar uma bolita, eu e o namorado da minha irmã, enquanto a mesma se calçava.
O problema está quando eu me sentei e dei lugar à minha irmã. A coisa parecia bem, já ambos jogaram futebol federado.
Pelo meio das correrias, das bolas roubadas, dos risos frenéticos e dum quase arfar a minha querida irmã acaba por se dirigir ao chão, causa duma tentativa mal sucedida da terceira personagem de obter a posse da bola, a uma velocidade nada aprazível e numa posição um pouco desagradável. Digo eu, na minha inocência.
Tal acontecimento, aparentemente, não revelava grandes danos (não é bem a palavra que queria, mas estou com pressa).
Dores por tudo quanto é lado, braço arranhado, as palmas das mãos ardiam.
Mas… dores no pescoço ao mexer, o pulso “dói mas não está partido porque senão eu conhecia a dor” e… dores na zona lombar.
Segundo as suas palavras “dói ao respirar e sinto como se estivesse a picar”.
De inicio ela discordava duma ida ao hospital, mas após alguma insistência lá cedeu.
Nas urgências do hospital foi-lhe dada uma fita amarela. Pela a opinião das enfermeiras que faziam a triagem, uma ou outra costela partida não é nada que não possa esperar, salvo se furar os pulmões. Concordo, de certa forma, mas não era eu que mal podia falar e tossir era impensável.
Para meu agrado vi, enquanto esperava sozinho naquele pequeno compartimento destinado a isso mesmo, que os fitas amarelas eram observados num prazo máximo de uma hora. Os laranjas e os vermelhos têm prioridade. Ai se alguma federação de ciclismo descobre esta coisa.
Já chateado e, obviamente, preocupado com o provável estado lastimável em que se encontraria a minha irmã recebo uma sms a dizer que finalmente ia ser observada. Qual uma hora qual quê? Haviam-se passado já algo mais que três horas. E, para trazer um pouco de comédia à questão, foi um médico da micro cirurgia que decidiu, não sei se por pena se por compaixão, observar a minha irmã após esta pedir algo para as dores.
Chegada à minha beira traz-me as notícias que tanto esperava. Não! As costelas não estavam partidas, mas estavam escanadas. Partido, na verdade, estava o pulso. Apesar da mobilidade estar apenas levemente condicionada, doía a mexer para os lados.
O pescoço, aquela dor no pescoço, era um torcicolo.
“Vou para dentro, tou à espera pa por o gesso. Anda ter comigo, o segurança dá-te uma fita roxa.”
Passado um pouco, lá fui eu falar com o segurança que, só apenas após a senhora do guiché me tomar por namorado da dita cuja e pedir ao segurança para me deixar entrar, me deixou lá ir sem evitar uma piada em relação ao numero exagerado de mochilas que transportava. “Não vás com isso lá para dentro, ainda pensam que é bomba!”
Sorri. Mas... e a fita? Nem vê-la. Até tinha gostado da ideia.
Na nova sala de espera estava uma bela colecção de manetas e pernetas. Aquele, na qual ainda não acredito, tinha uma fita verde que, traduzindo para o nosso português, queria dizer “você não tem nada e só veio aqui perder o seu tempo! E o nosso!”.
Parece que tinha uma entorse no dedo mindinho. (Sem comentários!)
O pulso partido parecia já não doer, bendita anestesia.
Era já perto da primeira hora do dia novo e a minha irmã continuava à espera do gesso. Prolongou-se por mais uma hora.
Duas da matina. Saímos, por fim, do Hospital. A experiência diz-me que no S. António tinham sido tão mais eficientes que a esta hora estaria a desfrutar da minha acolhedora caminha.
Nós, vestidos para um dia de verão, tínhamos frio. A noite já ia alta. Para ela, ficar doente estava fora de questão! Antes partir os dois pulsos a tossir com as costelas naquele estado! Então tirei uma toalha de praia e pu-la nos ombros dela. O sorriso dela foi bom de ver. Eu; não estava assim com tanto frio. Afinal; é noite mas ainda é verão.
As moedas pareciam terem sido contadas para pagar a viagem de volta, mas, para mais um azar, uma parte estava em moedas de dois cêntimos, o que impossibilitava o carregamento do andante. Bendita seja aquela alma caridosa a quem pedimos que nos trocasse dinheiro e nos deu vinte cêntimos. Nunca fiquei tão contente por me darem vinte cêntimos. Foi giro.
Entre a espera pelo autocarro, a troca de veículo e a chegada a casa passou-se mais uma hora.
A anestesia começa a deixar de surtir efeito e, lentamente, voltam as dores.
No relógio já tinham dado as três badaladas havia dez minutos.
Estamos em casa.
Por telemóvel a carregar, arrumar coisas, verificar se a maninha está bem, fazer algo que ninguém poderia fazer por mim, etc. E havia-se passado uma hora mais.
Esgotado, adormeci já depois da quarta badalada.

Não dormi muito, tinha que pegar ao serviço pelas nove horas. Mas garanto que dormi bem.
Animou-me ver como ela dormia, descansada. Quando acordar vai ter que enfrentar dores que não invejo. Mas sofrê-las-ia por ela de bom grado. O que não falta na biografia daquela rapariga são lesões.

Estou no trabalho a escrever isto e penso quanto irónico será o facto de, num dia de praia, ter passado mais tempo no hospital do que na praia.
E o facto de ter chegado a casa dum suposto dia dedicado ao mar, ao sol e à boa disposição (que não faltou) às 03.15 da manhã.

Bem, despeço-me.

PS: Tento ser simplista. Se um mistério se cria e adensa, peço perdão. Não gosto de a tratar por Anónimo, gostaria de ter um nome. Mas assim seja e que me continue a ler por muito tempo.

PPS: Hoje decidi mudar um pouco o que costumo deixar aqui e respeitar a vontade da minha tão querida irmã, a Tita. Que as melhoras se avizinhem, amo-te.

sábado, 21 de junho de 2008

Espadas em riste



Espadas em riste, o gongo inicia a batalha.
Eu invisto com todos os meus dotes e ataco fortemente, falho e vejo-me forçado a desviar dum punhal manhoso.
Numa dança que se perpetua vou fazendo novas investidas. Não há mostras sucesso.
Dou tudo de mim e não há meio de quebrar a defesa do outro. Não dá.
Num rebuscado ataque perco o equilíbrio e sinto um qualquer objecto que desconhecia a existência trespassar-me o ombro. O sangue, quente, foge-me braço abaixo.
Estou a empunhar uma espada pesada. Ferido, deixo esta cair. Sem alternativa desembainho uma adaga. Se até agora não consegui sequer fazê-lo suar, a derrota será quase certa.
Num floreado tempestuoso de laminas acabo golpeado novamente no braço e em ambas as pernas. Sem aguentar suster-me de pé caio sobre os meus cansados joelhos.
Estou esgotado. E este será o meu ultimo suspiro.
O outro dirige-se a mim, fala:
-Deste tudo de ti. Superaste todas as tuas condições. Assim, entrego a minha rendição, a minha morte.
E crava, na sua zona lombar, o mesmo punho que, momentos antes, tinha fendido o meu ombro.
Aos poucos o seu sangue mostra-se ao mundo. Escorre pelas costelas e sai, com notável subtileza, pela boca.
Vejo a morte pesar sobre ele. Vejo o partir deste ser.
Assisto ao tombar de um dos meus demónios interiores.

Foi uma batalha adiada, foi uma batalha que apenas o esforço concatenado com a piedade me trouxeram a vitória. Estou gasto.
Agora resta preparar-me para o próximo confronto.

Até um dia.



PostScript: Queria solicitar, se possível, a identificação da tal pessoa que me acha assim fantástico. Apenas para satisfação da minha curiosidade.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Love me as you said you do.



Yea, I know I'm too petty some times. But why can't you spend a little time making me happier a little bit?
Why can't you do those small things you do sporadically (mostly when we stand just for ourselves)?
Why can't you afford to say you love me in front of everybody? What the hell do you have in mind to make me cry so many times?
Say it! What do you have in mind?!
I gave you the key to my heart and you broke it. You should had been delicate with it, but you wasn't. You were gross!
You make me feel like I'm in a glass jail. I can see the whole world, but I can do nothing*. I can't even run away.
Release me. Let me go.
Or love me as you said you do.


If there is any language mistake be welcome to warn me.

Cya.



*Editado

terça-feira, 17 de junho de 2008

Gostava de degolar alguém.



O nome do blog sugere algo fora do normal. Se o conteúdo do mesmo respeita o título ou não, já não sei dizer.
Hoje, enquanto assisto pacientemente a passagem do tempo no meu trabalho, sem nada para fazer, decido deixar aqui uma das minhas mais recônditas vontades.
Talvez haja quem deixe de aqui vir, apesar de todos serem bem vindos.

Gostava de degolar alguém.

Imaginem alguém ajoelhado perante vós, com o medo instalado na face.
Os lábios tremem, as lágrimas lavam-lhe os olhos e o rosto. A voz trémula que não aspira nada mais que um extremo temor.
Aí, olhando a pessoa nos olhos, puxas de um Uruwashii (Um parêntesis… Uruwashii é um punhal japonês de lamina longa e, geralmente, o punho é em borracha rígida para aumentar a aderência… Fechar parêntesis) e rasgas a pele do desgraçado que se encontra ali, em total desespero.
Sentes a sua pele fender e vês, parecendo o champanhe a jorrar duma garrafa acabada de abrir, o sangue a sair da carótida a uma velocidade estonteante fazendo lembrar uma fonte luminosa. Neste caso a fonte só dá luz vermelha.
Este ser, para seu azar, não morre logo.
Então, para teu conforto, tens a oportunidade de lhe veres a vida desvanecer. O sangue começa a faltar no cérebro, começa faltar em toda a cabeça.
Vês-lhe, nos olhos, a vida fugir-lhe como que areia que foge pelo meio dos dedos.
Uma sensação de poder.

Só espero que não me prendam se aparecem reproduções disto por ai.

Até mais ver!

Descobri esta coisa.



Nota: É absolutamente necessário eu estar online para isto funcionar. :) Normalmente estou durante o horário nobre e um pouco depois. Umas vezes mais, outras menos.
Tenho a dizer que, por vezes, a minha net falha e então perde-se a comunicação. Para resolver isso deve actualizar a página no botão da barra de ferramentas em cima ou premindo a tecla F5.

Descobri esta coisa. Parece que é beta (versão experimental), mas tem a sua piada.
Consiste em qualquer pessoa poder enviar-me uma IM (Mensagem instantânea) ser sequer dizer quem é.
Para isso basta que eu esteja online no msn.
Aqui fica.






segunda-feira, 16 de junho de 2008

Eu não sou mais Eu.



Singela.
Singela e bonita. Oh! Quão bonita é. Delicio-me a perscrutá-la com os olhos.
O seu sorriso fino (Abrir parêntesis… do Lat. fine, acabado, perfeito… Fechar parêntesis).
Errata: O seu sorriso perfeito.
Os seus olhos aguçados exalam primor. Ela, toda ela… sublime.
Eu choro. Eu esmoreço. Porque Eu, Eu não a posso dizer amar.
Não me é permitido.
Eu não posso abrir o meu coração, Eu não posso mostrar a grandeza do que sinto.
Eu torno-me excêntrico (Outro parêntesis… do Lat. ex + centro, que se desvia do centro). Eu fujo ao que sou, ao que sinto.
Não posso nem dizer o efeito que esta bela mulher tem em mim.
Traduzir-me, agora, por palavras faria desabar o meu mundo. Faria desabar muitas coisas em meu redor.
Tenho que me suster, firme e hirto. Sem poder exteriorizar-me como tanto gosto.
Sem poder escrever.
Não posso também redigir o que quer que seja sobre ela, isso levar-me-ia a, ainda que com subtileza, escrever sobre o que sinto.
E isso não, isso não é possível.
Assim, eu não sou mais eu. E, assim, eu estou ausente de mim, estou numa batalha com os meus demónios interiores.
Eles. São eles que me delimitam.

Vou ter de fazer uma escolha.
Qualquer que seja, perderei um pouco de mim.

Agora, um outro assunto.

Eu disse Adeus. Sim, querida Carla, talvez devesse ter dito “Até já!”.
Este projecto é já um pedaço de mim. E, através dele, abriram-se portas e janelas no meu horizonte.
Através dele, duma forma mais ténue, foi-me permitido sentir orgulho de mim.
Por isso não consigo afastar-me por muito tempo. É mais forte do que Eu.

A quem me quis um regresso, obrigado.
Reflexos di Luna, tal como disse, estou aqui.
Agora o blog tem um mail. Quem sabe alguém quererá partilhar algo. A pedido, traduzirei por palavras minhas e darei a conhecer ao mundo.
Nesse caso, criarei mais um Blog.

Até já!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Adeus.



Eu faço o tempo parar por instantes e fecho os olhos.
Decoro tudo o que sinto e moldo para que fique coeso, depois traduzo por palavras.
Sai sempre a mesma coisa.
Dou voltas e voltas a mim sem conseguir mudar o que flui às minhas mãos. Eu tornei-me monótono no sentir.
Vou desaparecer, tentar aprender a sentir de novo algo além do ódio, da inveja, da raiva e do rancor.
Vou tentar de novo aprender a viver, aprender a amar sem depender.
Talvez volte, talvez não. Ou talvez volte num outro lugar, num outro mundo.
Quanto a mim, Carlos Barbosa, despeço-me. A minha existência tornou-se imprópria.
Servi o propósito para a qual nasci, de certa forma. É, portanto, altura do meu adeus.
Se voltarei? Talvez num dia de muito Sol e, com certeza, num outro mundo.

A quem me leu, um obrigado.
A quem me soube nas palavras, eu não sou mais eu.

Adeus.

sábado, 31 de maio de 2008

Talvez devesse ser proibido dar de comer aos humanos.



A humanidade consome o mundo, está a levá-lo à exaustão.
Antigamente os humanos juntavam-se num sitio que tivesse condições ideais, ficavam lá e reproduziam-se. Iam consumindo o ecossistema. Assim que se esgotavam os recursos, mudavam-se de área.
Há um micro organismo que age da mesma forma. Os vírus. Instalam-se num ecossistema e vão consumindo-o e reproduzindo-se. Quando esse sistema não tem mais a oferecer, mudam-se.
Agora já ocupam quase toda a crosta terrestre, os humanos.
(...)
As pombas estragam tudo. Monumentos históricos ou apenas casas bonitas ficam degradadas com a imensurável quantidade de dejectos que as pombas deixam por onde passam.
É, por isso, proibido dar de comer às pombas.
(...)
Sempre que alguma organização ou empresa está a oferecer um qualquer produto na rua, cria-se, em volta dos promotores, um aglomerado de pessoas impensável.
Pessoas que nunca compactuariam em estarem assim tão próximas, os snobs, os moedinhas, os nerds, os betos, os gunas, os dreads, os velhos, os jovens etc. Enfim, todas as distinções que queiras fazer nas pessoas, todos os rótulos que queiras colocar, encontram-se ali concentrados com uma finalidade comum. Obter uma garrafa daquela bebida que estão a dar.
Faz lembrar as pombas quando se atira milho para o chão, juntam-se todas.
Os humanos estão a desgastar o Planeta Azul a uma velocidade alucinante. Talvez devesse ser proibido dar de comer aos humanos.

Cheguei a esta conclusão no outro dia, enquanto esperava pelo autocarro na Trindade e via as pessoas juntarem-se aos magotes para irem buscar uma garrafa de coca-cola zero.

sábado, 24 de maio de 2008

Faz-me voltar a sonhar



Lágrimas de sangue escorrem-me pela cara, as tuas palavras dilaceram-me o peito!
Cortantes e impetuosas jorram dos teus lábios e atingem-me com toda a raiva que emanas.
Qual ódio o teu, qual má fortuna a minha.
Rasgas-me a pele sem dó nem piedade, arrancas todos os pedaços de mim. Unha a unha, dedo a dedo, membro a membro...
Fendes-me o peito e arrancas me o coração, que incineras depois.

Usando somente palavras.
(...)
Não consigo acordar deste meu pesadelo. Libertar-me desta dependência.
Estou viciado em procurar-te... e esgotei-me. Vou desistir e deixar que me encontres.
Procuro força em tudo o que me lembro e em tudo o que nunca me esqueci para me manter são, para me manter estável.
Deixei de sonhar.
Estou a afundar-me na penumbra do meu ser. Estou a perder-me, estou prestes a implodir.
Mas ficarei, só porque me pediram.

"Ó meu anjo da guarda, faz-me voltar a sonhar. Faz-me ser astronauta... e voar!!"

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Estou cansado, estou tentado a desistir.



Entre um suspiro e uma lágrima desvanece-se o meu último sorriso.
Estou sem forças, esgotado.
Cansei-me de procurar-te a achar-te em mil pedaços.
Cansei-me de me procurar a mim e nunca me encontrar.
Sorrisos em mim são, agora, demasiadamente esporádicos para eu continuar neste caminho. Tenho que mudar de ares, tenho que mudar de mundo.
Mas não consigo, não consigo partir. Temo deixar-te e que tu me encontres a mim depois. Será tarde.
Não te mostras e fazes com que não consiga deixar-te.
Sonho ser criança de novo. Em criança não sonhava contigo, sonhava com que estaria além do horizonte da minha janela. Sonhava ser crescido para ser livre.
Hoje vejo que em criança é que somos livres.
É irónico hoje sonhar ser criança.

Estou cansado, estou tentado a desistir.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Estou...



Estou ausente, vim só dizer que estou ausente.
Estou longe de mim, perdido e cansado.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Seja feita a tua vontade.



O mar, calmamente, afaga a areia. O vento descansa numa confortável conversa com os ramos das árvores.
O Sol brilha, bem lá no alto…

Não, Não!!

Está uma noite escura como breu, sem estrelas. O mar, revoltado, agita-se freneticamente. O vento discute com acentuada veemência, faz ramos quebrarem e levanta exércitos de areia. Vulcões explodem de raiva e fazem as suas lágrimas escorrer pelos seus vales.
Do céu, bem lá do alto, os Deuses fazem sair espadas de luz seguidas por rugidos monstruosos.
Assim, nesta épica batalha dos elementos, eu erguer-me-ia perante todo o Olimpo. Enfrentaria a fúria dos Deuses, a sua ira. Faria chegar os dias do Fim, se necessário.
Tudo para te ter. Só para te ter do meu lado.

Mas se não for do teu agrado, seja feita a tua vontade.
Porque eu, acima de tudo, quero é que sejas feliz.

Assim é o começo do meu dia

(Velhas palavras)


Não me mates! Por Favor!
NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!

Acordei.
Estou suado e todos me olham. Estou sentado, não me consigo levantar.
Dores de cabeça. Vejo todas a coisas por onde passei, só agora que elas estão tão perto do horizonte denoto o quanto belas elas são. Parecem fugir, parecem correr para longe de mim. Agora é tarde, não dá para voltar atrás! Já não conseguirei admirar e viver aqueles momentos.
Que fiz eu? Que tenho eu? Tantas dores... PORQUÊ!?
Não percebo, estou confuso. Porque me encontro eu numa cadeira rodeado de imensas pessoas?
Sinto-me deslocado! Quero sair daqui e viver...

Há um barulho...

De inicio não percebo, mas acabo por entender. É uma voz feminina...
A sua voz dá-me forcas, não vou desistir!!!
Levanto-me e caminho em frente, saio daquele minúsculo compartimento.

Finalmente... Estou fora do metro.
As dores deviam ser excesso de inércia.

Assim é o começo do meu dia...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

És uma amiga especial



Como é bom. Sentir a chuva e o vento, caminhar a teu lado.
Num passeio à beira-rio, a falar do que calhar.
Livre do mundo por instantes.
Ou parados num jardim, a conversar.
Mas livre do mundo por instantes.
É algo que adoro e me faz bem. Muito bem. Que me ajuda a relaxar e a esquecer o lado mau de tudo. Porque isso é uma das coisas que me dá alento, os nossos passeios.
És uma amiga especial anjo.
Que permaneças...

Existem pessoas que são como a sombra

(Carta aos que fogem.)


Eu peço-te ajuda. Eu grito o teu nome em total desespero. Porém não ouves.
Não vês as minhas lágrimas, não sentes o meu aperto.
Caminhas a meu lado nos meus dias de sorriso. Foges a sete pés com o cair da escuridão. Com o vir dos dias escuros, desapareces.
Não sabes acompanhar o meu passo, não sabes como permanecer a meu lado. Eu sei que não é propositado, eu sei. Acho que és uma pessoa perdida assim. Mas, com certeza que viverás sempre rodeado de efémeros amigos, que duram até aos dias negros. Porquê?
Porque existem pessoas que são como a sombra. Só estão connosco quando há luz, quando a vida está escura eles simplesmente dissolvem-se.
E tu, tu és uma dessas pessoas.

Ah! Como é bom sonhar



A caminho de casa parei por breves instantes.
A chuva fustigava-me a cara, o vento rasgava-me a pele. Mas parei, parei no tempo.
Parei para nos imaginar bem juntos, sentadinhos num sofá a ouvir a chuva a bater na janela, o vento a ralhar com as árvores e assistir os raios fulminantes vindos dos céus.
Mas apenas nós, na nossa acolhedora casinha. Juntos, embrulhados num quentinho cobertor.
Um filme qualquer dá na TV e nós dormimos no sofá.
Ah! Como é bom sonhar...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sempre. Sempre!!



Ou porque o que eu fiz estava errado.
Ou porque não podias.
Ou porque estavas demasiadamente ocupada.
Ou porque estava mau tempo.
Ou porque faz Sol.
Ou porque o branco é branco.
Ou porque o preto é preto.
Ou porque o vento te ralha.
Ou porque o vento não se faz sentir.
Ou porque sim.
Ou porque não.
Ou porque o mar é azul.
Ou porque estás cansada.
Ou porque te dói a cabeça.
Ou porque o problema sou eu.
Ou porque o problema és tu.
“Ou porque tens medo do escuro”.

Para! Para com esse ridículo hábito de arranjares desculpas para não estares comigo.
Tens sempre que arranjar um problema. Sempre arranjas algo para te afastares.
Sempre. Sempre!!
Para com isso. Vive a vida, desfruta-a.
Se possível, vive-a do meu lado.

sábado, 12 de abril de 2008

Não sei viver sem ti



Vamos passear os dois.
Assistir os floreados infindáveis que fazem os pássaros do jardim.
Vamos passear os dois.
Sentir o vento rasgar-nos a cara e a o sol derreter-nos a pele.
Vamos passear os dois.
Ouvir o ribombar das ondas em guerra com a areia.
Vamos passear os dois.
A pé estrada fora, ver os carros a passar.
Vamos passear os dois.
Correr sob a chuva, cantar como se ninguém ouvisse.
Vamos passear os dois.
Ou podemos ficar sentados no banquinho de pedra a ver o mundo crescer.
Vamos passear os dois.
Ouvir uma banda num concerto.
Vamos passear os dois.
Podemos ir só até ao café.
Vamos passear os dois.
De mão dada num mundo só nosso.
Vamos passear os dois.
Ou podemos ficar em casa, abraçados.
Vamos passear os dois.


Vamos?
Não me interessa para onde, nem o que iremos fazer. Desde que estejas do meu lado.
E tu não estás do meu lado. Caminho perdido neste meu mundo. Tu não estás, o Sol não brilha, não chove, o vento não resmunga, não há ondas, os pássaros não cantam...
Tu não estás, eu não sei ser.
Não sei ser sem ti. Não sei viver sem ti.

Anda para o pé de mim. Só te peço que venhas, não te peço para ficares.
Fica só se quiseres, ou não estarás cá na mesma.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Estou a chorar, cheio de vontade.



Cresce em mim um ódio-próprio imensurável.
Quero-te porque te quero. E odeio-me porque não te tenho. Não confio no que sou. Tenho medo de não ser.
Estou a chorar, cheio de vontade.
Tenho vontade de vazar os olhos e sangrar por ti. Mereces que me odeie? Posso odiar-te a ti?
Gostava de estar ao teu lado. Partilhar contigo o meu dia.
Mas não posso, tu não deixas. Ou sou eu que não tenho os tomates no sitio para te puxar para o pé mim?
Estou a chorar, cheio de vontade..
Gostava de te sussurrar ao ouvido que te amo. Mas não me é permitido.
Gostava de te levar a passear. Mas não me é permitido.
Gostava de te oferecer uma flor. Mas não me é permitido.
Gostava de te fazer feliz. Mas não me é permitido. Por mais que eu queira. Por mais que eu queira fazer. Por mais que eu sonhe. Por mais que eu sonhe fazer.

Eu apenas sonho, eu apenas quero. Não tenho tomates para enfrentar os meus demónios interiores e chamar-te para dançar.


"Um dia encho-te o quarto de flores". Mas só um dia...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Postal dos Correios

Querida mãe, querido pai. Então que tal?
Nós andamos do jeito que Deus quer
Entre dias que passam menos mal
Lá vem um que nos dá mais que fazer

Mas falemos de coisas bem melhores
A Laurinda faz vestidos por medida
O rapaz estuda nos computadores
Dizem que é um emprego com saída

Estávamos em 1998, era a festa de final do quarto ano da minha tão querida irmã. Ela (a querida Mãe), o Tiago (o querido Pai), o João (O miúdo dos computadores) e outros. Cantavam e representavam esta linda música, "Postal dos Correios". O miúdo sentado ao computador, a mãe e o pai comiam broa e bebiam groselha. Eu assistia sentado no chão do pavilhão, as cadeiras estavam atrás, estavam lá os pais.
Uma alegre memória que ficará para sempre.


Cá chegou direitinha a encomenda
Pelo 'expresso' que parou na Piedade
Pão de trigo e linguiça pra merenda
Sempre dá para enganar a saudade

Espero que não demorem a mandar
Novidade na volta do correio
A ribeira corre bem ou vai secar?
Como estão as oliveiras de candeio?

Já não tenho mais assunto pra escrever
Cumprimentos ao nosso pessoal

Um abraço deste que tanto vos quer
Sou capaz de ir aí pelo Natal(3x)

Data de esse mesmo ano a minha mais antiga lembrança de ti anjo.
Em finais de Janeiro do ano que se seguiu entrei na capoeira. Passei lá grande parte do meu tempo durante os seguintes anos. Anos que me facultaram muito boas recordações.
Deixam saudades. Ah, saudades.

Sabes irmã, as vezes (talvez demasiadas vezes) paro e imagino-nos em criancinhas. Sempre pegados, mas sempre bem dispostos.
Como gostava de ti. Como te amo.
Como vos amo a todos, minha família.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Eternidade promíscua



Uma palavra, um sorriso, um suspiro, um olhar, um bocejo, tudo e mais qualquer coisa.
Sinto falta dessas tuas pequenas coisas. Sinto falta da tua presença.
Tenho saudades.
Um dia fujo, levo-te comigo para um mundo intangível.
Um mundo onde nós somos Deuses, porém não existem crentes. Apenas nós.
Quero estar a sós contigo numa eternidade promíscua.
Onde tudo é nada e nada é tudo. Mas onde eu faço parte de um nós.
Onde eu caminho a teu lado, onde eu consigo sorrir sem ter que me esforçar.

Onde eu não preciso de sonhar para te ter.
Vem! Agarra a minha mão e vem.
Vamos criar caminhos…

segunda-feira, 24 de março de 2008

Não me deixes



O que sou, o que não sou.
O que fui, o que serei.
Se serei mais do que sou.
Se fui vassalo ou rei.

Não sei, mas tenho medo.
Tenho medo de mim sem ti, tenho medo do mundo sem nós, juntos.
Paisagens lindas não perderão o seu encanto sem ti a meu lado, com certeza.
Mas eu, sem sombra de dúvida, não lhe acusarei o belo.
Ainda que mal, não me dará vontade de cantar com a tua ausência.
Sem ti a meu lado perco-me, não em infindáveis jardins ou em praias gloriosas. Não. Simplesmente perco-me.
Não me deixes, pois sem ti não saberei viver, esperança.

Dá-me o telemóvel JÁ!



Mário Crespo
Mário , Crespo, Jornalista


Li no JN esta critica fantástica.
Achei brilhante a maneira como o Sr. Mário bate no governo, na direcção da escola e nos alunos.
A quem não lê o JN, aqui fica.



"Dá-me o telemóvel JÁ!"

Tira os adjectivos e ficas com os factos.
Atticus Finch advogado no Alabama, in Não matem a cotovia - Harper Lee.

Vi há semanas uma excelente encenação do Cândido de Voltaire, no Maria Matos, em Lisboa. Uma das personagens, o filósofo germânico dr. Pangloss, que encontrava sempre um aspecto redentor em praticamente tudo (já que este era o melhor dos mundos possível), ao desembarcar na frente ribeirinha de Lisboa no dia do terramoto de 1755, vê tudo destruído e no meio das ruínas a gentalha a pilhar num saque sanguinário. Questionado por Cândido sobre o que era aquilo, responde

"... Isto é o fim do Mundo".



Pivot

Boa noite, uma professora foi agredida na escola Carolina Michaëlis, no Porto. A cena foi registada em vídeo por um telemóvel e divulgada no YouTube.

(Segue Vídeo 1' 10")

Se o incurável optimista Pangloss tivesse visto o vídeo da aula de Francês no 9.º C, só podia ter comentado que era o fim do Mundo. E foi. O vídeo, a boçalidade dos comentários de quem filmou, os ataques selváticos de quem atacou, a birra criminosa da delinquente a quem tiraram o telemóvel, a indiferença da maioria da turma pelo horror do que se estava a passar mostram o malogro do sistema administrado pelo Ministério da Educação.

"Ha… ha… ha...ha...ha"

"DÁ-ME O TELEMÓVEL!"

Há um caso exemplar no historial governativo socialista onde Maria de Lurdes Rodrigues podia ir buscar inspiração. Em Março de 2001, depois da queda da ponte de Entre-os-Rios, o ministro da tutela anunciou que se demitiria com efeitos imediatos. Foi a maneira consciente de mostrar responsabilidade.

"Sai da frente... sai da frente!"

Por favor, façam-me a justiça de não considerar sequer que estou a fazer comparações. A enorme crise que atravessa o sistema educativo em Portugal e a queda de uma ponte cheia de pessoas em cima, com as consequentes fatalidades, são situações de gravidade específica que não toleram comparações. O que digo é que a decisão de Jorge Coelho de se retirar de funções porque a ponte de Entre-os-Rios era responsabilidade de vários departamentos do seu ministério, é o modelo de comportamento governativo.

"Ó Rui, ó Rui, ó Ruizinho!"

Maria de Lurdes Rodrigues tem um tremendo desastre entre mãos e contribuiu directamente para ele com as suas políticas de desrespeito de toda a classe docente e com o incompreensível arrazoado de privilégios estatutários garantísticos aos discentes, que estão a condenar toda uma geração e a comprometer o futuro de todo um país.

"Ó gorda, ó p (...), sai daí!"

Depois de todos termos, finalmente, visto aquilo que realmente se passa nas nossas escolas, nada pode ficar na mesma. A DREN, que já se devia ter ido embora no escândalo do professor Charrua, tem de sair porque aquela gente obviamente não sabe o que está a fazer. O Conselho Directivo da Carolina Michaëlis tem de ser imediatamente substituído por gente capaz de proibir telemóveis e de impor (não tenham medo da palavra), impor, um ambiente de estudo na escola pública. Reparem que durante o desacato e o linchamento da professora nenhum dos alunos abre a porta da sala de aulas e pede ajuda.

"Sai da frente... sai da frente!"

Isso atesta que já não ocorre aos próprios alunos que haja na escola alguém capaz de impor disciplina e restabelecer a ordem.

"Olha a velha vai cair!"

Por isto a Turma do 9.ºC tem de acabar! Por uma questão de exemplo, os alunos têm de ser dispersos por outras turmas e o 9.º C deve ficar com a sala fechada o resto do ano, numa admoestação clara de que este género de comportamento chegou ao fim. Maria de Lurdes Rodrigues não pode ficar à espera de receber outra vez o apoio do primeiro-ministro. Depois disto, é seu dever sair do cargo. E não é, como diz constantemente, a mais fácil das soluções. É a medida necessária para que haja soluções. A saída da ministra é, viu-se agora, uma questão de segurança nacional. É a mensagem necessária para a comunidade escolar, alunos e professores, entenderem que o relaxe, a desordem e o experimentalismo desenfreado chegaram ao fim. Que não há protecção política que os salve já da incompetência do Ministério, da DREN e de tudo o mais que nestes três anos nos trouxe à vergonhosa situação que o vídeo do YouTube mostrou ao país e ao Mundo. Uma questão mais os sindicatos viram as imagens de um crime a ser cometido em público contra uma professora. Façam o que devem. Façam as devidas queixas-crime contra a aluna agressora e contra quem filmou e usou abusiva e ilegalmente da imagem da professora a ser martirizada. O crime foi visto por todos. O Ministério Público tem competência para mover o adequado processo contra esses alunos. Cumpram o vosso dever sem tibiezas palavrosas. Já não se pode perder mais tempo com disparates.

Mário Crespo escreve no JN, semanalmente, às segundas-feiras

quarta-feira, 19 de março de 2008

I feel like I'm in heaven



"Every time you're near I feel like I'm in heaven" No Promises --- Shayne Ward

Sinto-me melhor só porque estás lá. E pequenas coisas tornam-se gigantescas alegrias. Só porque tu estás lá.
Sou um outro eu quando estou contigo. Acho que sou o verdadeiro eu. Tudo o que sou sem ti, mas mais feliz, mais contente, mais alegre. Com uma mutua compreensão que muitos apenas sonham. Fica aqui ao pé de mim. Que tudo o que é belo vá contigo se tu fores, pois tu, só tu, transportas a maior beleza tangível. És a maior beleza intangível. Tu, só tu, do meu lado! E o mundo desaba a nossos pés. Castelos viram ruínas e, na nossa frente, ergue-se um novo caminho, um novo mundo. Um que faz abominável o mundo antigo. Um mundo nosso, só nosso.
Ah! como gosto de sonhar...

Retiro-me, vou sonhar mais um pouco.

sábado, 15 de março de 2008

Também tu sopras das mais variadas maneiras

(Carta a alguém)


Tenho saudades tuas amigo, sabes? Talvez não saibas. Talvez julgues que te odeio ou talvez que já não me interesso pelo que te acontece.
O vento é falso, não é sempre o mesmo perante a mesma pessoa. E tu, tu és como o vento. Também tu sopras das mais variadas maneiras.

Isso dói, sabes? Talvez não saibas. Talvez o faças inconscientemente ou talvez acredites que estás a ser correcto.
As tuas atitudes. Ah! Custa-me acreditar que tenhas essas atitudes. Isso são actos de egoísmo. E estupidez também. Acho que lhes devia chamar "actos estúpidos com o seu quociente de egoísmo". Já para não falar que os tens com as pessoas absolutamente isentas de culpa e fazes com que elas se sintam mal por isso.
É assim tão difícil crescer?
(...)

Sabes uma coisa? Queria dizer-te tudo o que me passa pela cabeça neste momento, tudo mesmo. Mas ia magoar-te tanto. Vês? Ainda me preocupo contigo. E não, eu não estou a ser falso por não to dizer, porque eu afastei-me de ti...
Só por me magoares a mim. Sustentei a amizade enquanto magoavas quem me era querido. Quando me magoaste a mim, estragaste tudo.
Foste um bom amigo. Mas eu fui melhor... Eu dei o litro quando podia. Eu guardei as minhas mágoas e chorei as tuas. E fugi quando precisava de chorar as minhas para não te maçar. Porque também tu estavas frágil.

Gostava de ter um longo monólogo na tua presença. Sim, porque eu não preciso de ouvir nada vindo de ti, porém tenho imensas coisas que te ajudariam a... chamemos-lhe evoluir. Não te quero rebaixar utilizando novamente o verbo crescer. Adorava ter esse tal monólogo. Só não o faço pois "paus e pedras podem partir-te os ossos, mas as palavras doem como o caraças".

Tenho saudades tuas amigo, sabes? Talvez não saibas. Talvez julgues que te odeio ou talvez que já não me interesso pelo que te acontece.



PS: Só porque me pediste, meu anjo da guarda. Sei que não é a minha comum escrita, mas apeteceu-me. Tive que ser breve, isto tem pano para mangas e se começasse iria para sempre ter que editar e acrescentar novos queixumes.

PPS: Anjo, ainda te devo um café.

PPPS: Posso-te chamar de anjo, não posso? lol

segunda-feira, 10 de março de 2008

Tenho saudades nossas.

(Carta a uma velha paixão, a um amor há muito esquecido.)


Está a chover e eu estou a passear na praia. Confortável sensação, esta.
Olho para trás e vejo as marcas que vou deixando por onde passo. Gostava de ver as tuas ao lado das minhas, de caminhar junto de ti. Mas não posso… o orgulho não me permite.
Tenho saudades. Não são saudades tuas, mas daquilo que foste um dia. Tenho saudades de nós, abraçados, numa velha paragem. Antigas e boas memórias.
Tenho saudades de andar contigo na rua de mão dada. Tenho saudades da tua presença, só isso.
Vejo as minhas pegadas alcançarem o horizonte, sozinhas. Passei por ti, pela tua vida. Marquei, à minha maneira, o meu lugar e, lamentavelmente, tudo passou. Tudo caiu no esquecimento. Por erro de ambos, reconheço, nos afastamos. Consigo caminhar de queixo erguido e culpar-te só a ti. A ti! Tu erraste, mesmo que inconscientemente, tu erraste! E os meus erros derivaram dos teus, sem sombra de dúvida. As asas que davas à relação num segundo, cortavas depois. Apenas porque te arrependias. E eu, alheio, lá errava….
Tu sabes qual foi a pior coisa que fiz, não sabes? Eu sei que sim. Reconheces que foi por culpa da tua precedente acção? Devias…
É a única coisa que lamento, é que tenha tido um fim tão prematuro. Ah! Como isso me entristece.
Continuei a minha vida sem ti, a muito custo de inicio. Mas agora sou eu de novo, todo Eu! Vi que te aproximavas do abismo e puxei-te para trás, sem que me visses o rosto. Gostava de te conseguir dizer.
Gostava de te atirar isso à cara. Seria um pequeno prazer.
Assim verias o quanto significaste para mim, minha velha paixão. Verias o quanto te amei e aquilo que perdeste. Tu lamentas a vida que tens. Tu lamentas que quem te diz amar não te ame.
Eu amei-te, disse-te. E tu? Riste na minha cara…
É ténue a linha que separa o ódio do amor. Não sei se te amo, não sei se te odeio. É um sentimento agridoce.

Podia mandar-te um beijo, mas não. Mando um abraço. E que nele apanhes toda a força que conseguires para te manteres em pé.
Tenho saudades nossas.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Diálogo (Ou monólogo?)



Diálogo (Ou monólogo?) de amigos que existem para quem vê de olhos fechados.

-Olhas! Observas com sublime atenção tudo o que te rodeia. Olhas as árvores e seus ramos. Olhas os animais e suas sombras. Desconfias de todo o uivo que o vento faz. Que procuras?
-Procuro-me, velho amigo.
-Encontra-te então, caminhemos de mão dada, unidos pelo coração. Somos uno se assim o quisermos. Vive a tua vida, tu só! Sem precisares dos outros. Mas deixa que os outros façam parte dela sem que precises. E aí, só aí vais ver que realmente necessitas, pois o piso em que caminhas é instável e apenas são permitidos grupos na vida. Sustenta-te sozinho, mas não te isoles. Ama-te e só assim te permitirás ser amado.(...)
-Ali estou eu, junto daquela menina. Ela transporta(-me) o meu coração. Eu sabia que me ia encontrar. Mas ela não se deixa ser minha, essa perfeita menina. Odeio-me porque não sei onde peco. Que dizias?
-Nada meu amigo, meu irmão. Palavras d'um jovem louco. Precisas errar meu caro, erra o mais que possas e aprende. Tudo quanto os outros possam dizer, nunca será tão sábio como a tua própria experiência. Gostava de poder ajudar-te... mas a experiência não se transmite.
-Ah! Como é bela! Dizias algo irmão?
-Nada a que devas dar demasiada importância, estás cego a amar perdidamente sem te amares primeiro e, assim, afastas quem já te amava.
-A batalha do vento e das folhas não me permite ouvir o que dizes irmão. Vou ter com aquela bela menina, mulher. Vou ver se deixa que a ame mais um pouco....

domingo, 2 de março de 2008

Vá, um beijo para ti.



Seu estou sentado ou de pé. Se chove ou faz sol. Se o vento me ralha....
De que importa tudo isso se tu não estás?
Estou cansado. Deveras.
Se queres escrever e achas que não tens jeito, eu arranco as minhas mãos. Se queres pensar mas dói-te a cabeça, eu arranco a minha. Se te dói o coração por qualquer infelicidade da vida, eu rasgo o meu peito e tiro o meu. Se estás cansada de ver as coisas dessa perspectiva, eu tiro os meus olhos fora.
O que quiseres, só para te ver feliz. Mas não me deixes a incerteza, isso não. É a única coisa que peço. Não é pouco?

No meu Mp4 está a dar "Cavaleiro Andante" de Rui Veloso. A ti dedico, pode ser?
Estou tentado a desistir... sem jamais ter lutado. Esta incerteza mata-me.

Vá, um beijo para ti, mulher ideal.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Fernando Pessoa. Será mesmo?



"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?Guardo todas, um dia vou construir um castelo."

Fernando Pessoa. Será mesmo?


O português de gema e grande pensador não é autor deste texto. Este texto é, na verdade, da autoria de duas pessoas diferentes. Uma maneira de colocar essa pergunta é pedir a um amante Pessoano que leia o texto com atenção. Este dir-lhe-à que é estranho e que nada tem a ver com Pessoa. A começar pelo uso do brasileirismo. "Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história."

Quando li este texto pela primeira vez fiquei intrigado. Como poderia a pessoa através da qual acedi a este texto, um amante de Pessoa, não ter sequer ideia do nome da obra onde deveria vir esse texto? Investiguei e parece que realmente esse texto não pertence a Pessoa.

Aqui está o resultado.

Lamento ser eu a trazer a noticia, mas achei que o devia fazer.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Eternamente no teu banco de jardim



Voluptuosos troncos erguem-se aos céus e rasgam-no com os seus longos ramos. O vento discute com as folhas e faz passar uma bela melodia.
Estou num banco de jardim. Sentado bem na ponta vejo-te, na outra ponta do banco, mas não te chego, tu não deixas. E também não deixas que eu me vá para o pé de ti. Folhas caem entre nós numa dança deslumbrante. E mais folhas fogem aos compridos braços das árvores.

Esta é a minha visão de nós. Um em cada ponta do banco do jardim. Tão perto, mas tão longe. E as folhas que vão caindo dificultam-me a vista, tal como a ti.
Ainda assim, não desisto e permaneço.

Eternamente no teu banco de jardim. Quando quiseres, senta-te a meu lado.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Hoje é um daqueles dias



O ribombar das ondas. O uivar do vento. A noite como breu que me leva para outro mundo.
As ondas são musica, o vento afaga as minhas lágrimas. A noite é a minha mais clara luz.
Um sorriso explode-me no peito, mas morre antes de atingir o apogeu.
Morcegos fazem bailados sem fim até já mais não os ver. Folhas resmungam, ramos agridem-se. Eu choro...
Sem razão;
Sem causa;
Sem pretexto;
Sem motivo;
Sem fundamento;
Sem desculpa;
Sem ti... velha alegria que vivias no meu peito. Velho amor que me habitava a alma. Fugiste tão repentinamente porquê? Assustaste-te? Sem ti não sou metade de mim. E sem ser metade de mim por certo não encontrarei a outra metade.

Hoje é um daqueles dias em que gostava de não existir.
Hoje é um daqueles dias em que gostava de conseguir amar com tudo o que posso.
Hoje é um daqueles dias em que gostava de ser uma fénix, para poder morrer e nascer de novo.... enamorado.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Tenho saudades da cama



Comprei uma máquina fotográfica. Hoje saí de casa com o intuito de ir levantar um bilhete duplo ao Rivoli, decidi levar a minha nova maquinita e tirar umas fotos.


18.00h comprado o bilhete, estava na baixa tripeira a tirar fotos.
18.45h estava a jantar no MCDonald's.
20.30h estava no Viso a convencer um amigo a vir tomar um copo à ribeira.
23.00h estava na ribeira a beber super bock e a comer amendoins.
02.00h estava a comer pizza e alguns minutos depois, a tirar fotos.
02.50h estava na Praça da Liberdade a tirar fotos e encontro um amigo que não via havia 3 meses.
03.30h estava num novo bar a beber um copo (e a comer amendoins) com o tal amigo e com outras pessoas que não via desde o passado Março.
06.00h estava à porta do café Bom Dia à espera de poder tomar o pequeno almoço.
08.50h saímos do café e vamos à procura de um outro com bilhar.
10.23h achado o tal café, vim à net escrever o meu dia em cheio.

Tenho saudades da cama...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Paradoxo de Zenão



O paradoxo de Zenão diz que é impossível para qualquer ser alcançar um ponto.
Dando (eu) como exemplo uma parede e um animal, o animal dirige-se para a parede. Antes de alcançar a parede o animal deve alcançar o ponto intermédio entre si e a parede. De seguida deve alcançar o ponto intermédio entre si (o anterior ponto intermédio) e a parede.
Será assim infinitamente. Para alcançar o ponto-objectivo também o tempo deverá ser infinito. Uma distância infinita só pode ser alcançada num tempo igualmente infinito, mas não sendo permitido ao homem viver um tempo infinito não lhe é permitido alcançar qualquer ponto.

Algo assim...

É por isso que não chego até ti?

PS: No original é dado como exemplo a tentativa de atravessar um estádio.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Hoje não estou aqui.



Hoje não estou aqui.
Estou algures perdido a sonhar; Contigo.
Sonho...
Sonho que estás lá; Comigo.

Por um momento consigo não ter saudades.
Por um momento consigo conter as lágrimas.
Por um momento consigo ver-te; sentir-te.
Por um momento consigo voltar a ser eu.

De volta ao mundo, tu não estás.
Alguma vez estiveste?

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Quando te encontrar dou-te um beijo.



Sem saber para onde caminhar, deito-me na areia. Estou novamente na praia e desta vez faz sol. Brilha bem lá no alto e queima-me a cara, seca-me as lágrimas. Penso, agora ao som de Rui Veloso. "Ladrão enamorado". Está em "repeat all", o que virá depois? Depois de tudo o que posso ser agora, o que serei? Não sei o que quero ser para ti.
Ah! Como é agradável este sol. E este cheiro. Tão comum, mas ainda assim tão bom. Parece-se contigo. Tão simples, mas tão especial. Quem és tu que não me sais do coração? Mostra-te!!

Ah! Parece que era a "No Promises" de Shayne Ward que vinha depois. Gosto desta música.
Tudo tão calmo. Apenas as ondas estão numa eterna revolta. Numa eterna batalha contra os infindáveis grãos de areia, guerrilham pela conquista de terreno. O mar avança, ataca com toda a sua força, recua fatigado. E ataca novamente com ainda mais força. 7 vezes, e começa de novo de mansinho. Vai aumentando a sua força numa nova investida.
Tudo isto me alenta, mas não me rouba o medo! Qual medo? Eu nem sei quem tu és...
Revela-te!! Cobarde! Mantens-me neste eterno suspense.
Amo-te! Odeio-te! Quero-te!....longe de mim!

Vem para o meu lado. Deixa-me saber de quem tenho saudades, faz de mim o que quiseres. Faz teu o meu coração. Só te peço que me digas quem és para poder amar-te mais.
És tu? Tenho medo que não sejas. Devo partilhar contigo quem julgo que és? Tenho medo que não me acredites. Quero ser eu! Mas faltas tu...

Quando te encontrar dou-te um beijo. Por agora, apenas desejo.
Até esse dia, que seja em breve...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Caminho... Vagueio sozinho



O vento furioso afaga-me a pele nua. Sinto na face escorrer mais uma lágrima. Mais uma saudade que deixo fugir. Sonho contigo, viajo no tempo. Pois apesar da tua continua existência física, o teu eu com que sonho só existiu num tempo muito limitado. Um tempo que foi meu, mas que não dei o seu devido valor.
Tu! O ser da minha admiração que descansa no pedestal que eu mesmo fiz. Encontrei-te um dia. Um dia passado. Temo encontrar-te, pois temo de novo perder-te.

Caminho... Vagueio sozinho. Sem ti ao meu lado.

Perdi o teu primeiro ser corpóreo. E por mais que tente encontrar, tu já não estás lá.
Julgo ter encontrado a nova mulher onde repousas. Tenho medo que fujas, por isso fujo eu. E sofro.... antes de sequer ser feliz.
Amo-te. Qualquer que seja a tua forma ou o teu nome. Venero a tua existência.
Amo-te. Por muito que isso me roube. Por muitas lágrimas que perca. Não consigo odiar-te. Se te encontrar avisa-me, agora caminho de olhos fechados.

Um beijo, não devolvas.
Um abraço, não apertes também.
O meu coração dentro duma caixinha de madeira, não estragues.... a caixa.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Estado de Espírito



No meu presente estado de espírito estou capaz de te matar. Talvez não te fizesse sofrer muito, matando-te rápido. Iria, com absoluta certeza, fazer cair sobre ti tudo o que me dói! Irias sentir parte do mundo aos teus ombros. Eu sinto! E dói! Mormente quando o teu encéfalo regista uma grande ausência de actividade e me partes o coração.
O meu coração não é de legos, começo a cansar-me. Um começar que data de há muito tempo. Ou talvez eu seja piegas, não sei. Ainda assim a culpa não pode ser só minha. Não pode!

Com uma atitude apenas (ou foi com a ausência de atitude?) tua atingi o meu apogeu. A qualquer momento rebentarei. Infelizmente, com qualquer pessoa. Peço desde já mil perdões, mas não é culpa minha. É... minha e tua. Não vou levar isto sozinho.

Vou partir algo....

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

É mais uma hora de almoço



Caminho pela praia. Vou contando os passos para gastar o meu tempo.

É mais uma hora de almoço.

Não chove, mas o frio gela os ossos. O cheiro. No conflito de cheiros dos carros, do mar e outros perfumes denoto o agradável cheiro do mar. Aquele cheiro a sal. Aquele cheiro que consegue ser muito desagradável se nos engasgarmos debaixo de água. Respiro fundo e gelam-me os pulmões como se estivesse a mascar menta. Ah! Agradável. Estou doente, e não pode haver coisa melhor senão esta sensação. Não há pássaros. O céu está nublado. Os únicos barulhos que discrimino são os carros que parecem resmungar e os meus "head-phones". No meu MP4 está a tocar Paulo Gonzo. "Leve beijo triste". Não conhecia a música até há bem pouco tempo. Gosto. E por isso agradeço à menina que ma deu.
O meu telemóvel vibra…. Parece que é hora de voltar ao trabalho.

Quem sou eu para dizer o contrário, deixo-te.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Livre-arbítrio.



"Os peritos na cultura da Antiga Grécia dizem que as pessoas naquela altura não viam os pensamentos como pertencendo a elas mesmas. Quando os antigos gregos tinham um pensamento, ocorria-lhes como sendo um deus ou uma deusa a dar uma ordem. Apolo estava a dizer-lhes para serem corajosos. Atena estava a dizer-lhes para se apaixonarem.
Agora as pessoas ouvem um anúncio a batatas fritas de coalhada e correm a compra-las, mas agora chamam a isso livre-arbítrio."

Fonte: Lullaby Canção de Embalar
Autor: Palahniuk, Chuck

Caia fulminado quem se diligenciar a dizer o contrário.
Não tenho nada a acrescentar. Apenas que é um bom livro. E que criticas como estas se lêem frequentemente num qualquer livro de Palahniuk. Vou a meio do terceiro livro dele. Um outro espera-me na estante. E outros dois nas lojas. Tudo a seu tempo.

Bem, vou continuar a leitura.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Um mundo curioso.



Os transexuais e os travestis são aqueles que mais dizem que o que importa é a beleza interior. Mas não são eles os primeiros a mudar a aparência?
Os pobres são os primeiros a dizer que o dinheiro não traz felicidade e que é ignóbil o materialismo. Mas contraem dividas enormes em finais de Dezembro para satisfazer o seu asqueroso desejo de compra. E não explodem eles de felicidade quando, por qualquer boa fortuna, o seu capital aumenta disparatadamente? Não é dos seus pensamentos mais frequentes "Gostava de ter..."?

É um mundo curioso este em que vivemos. E existem coisas mesmo engraçadas nele. Só necessitamos de olhá-lo com atenção.

Tirei este momento para deixar estas palavras. Entende-as como quiseres. Quanto a mim, volto para o trabalho!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

É algo que não acontece sempre.



A melhor parte dum grande amor é a amizade. São dois nomes dados ao mesmo sentimento.
Embora relutantes, creio que todos sabem que amor é indefinido.
É... o que nós fizermos dele.
Tenho uma irmã. Tenho 4 irmãs. Uma delas não é biológica. Já senti diversas coisas por ela. Tudo o que te passar pela cabeça leitor. Sim, tudo. Cabe-te a ti moderar o teu pensar.
Agora, amo-a mais que tudo. Amo-a como aos do meu sangue.

É algo que não acontece sempre.

É algo que só acontece com muito esforço e disposição. Tens que dar um pouco de ti e fazer vosso o que era apenas teu. Não há manual! Gostava de poder ensinar. Sou o maior sortudo que há. Sou um auto-didacta. E ensinei-me o que é uma verdadeira amizade.
A essa amizade devo muito do que sou. Devo mais a mim. Mas o que é meu, é nosso.

Novamente te deixo.

PS: Ao ler-me denoto que tudo o quanto disse fica à sombra de tudo o quanto queria dizer.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Textos Mentais



É tarde. Incrivelmente não faz frio.
Suspiro. Tanto para dizer, tão poucas as palavras.
Quis vir aqui. Tinha saudades. Sem saber de que vos falar decidi deixar pequenas passagens de alguns textos mentais feitos há algum tempo mas que, por dificuldade em fazê-lo, nunca documentei. Aqui ficam.

"Na tua sombra caminhei tentando aprender a andar! Bateste na parede. E eu, inocentemente grato, bati em ti. Senti dor, mas ao ver o teu sorriso com a insólita situação, sorri também."
In Confissões a alguém querido.

"Os corajosos não são isentos de medo. Apenas têm no recôndito da sua existência uma força que os faz enfrentar esse medo. Os cobardes são, regra geral, demasiado observadores e, como tal, sabem mais da possibilidade do torto que os corajosos. Deixam portanto as grandes façanhas para os mesmos."
In A inutilidade da coragem.

"Na minha crença da sua inexistência apenas conheço a vida pela sua ausência! Mas se ela por aqui passar sorrir-lhe-ei de soslaio."
In Dialectos de Felicidade.

"Se o meu maior sonho cair por terra será mais fácil apanhá-lo!"
In O lado nefasto do sonhar.

"Vivo. E sem porquê aparente, vivo triste. Apesar de não serem cegos não conseguem ver. A decadência. A frenética necessidade material do Homem. Nasci no tempo errado!"
In Carta de um suicida


Por hoje é tudo. Não consigo recordar-me de mais nenhum texto mental, como consequência não consigo retirar deles nenhuma passagem.
Deixo-te.

ps: estou a irradiar de felicidade.