segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Porventura entediante.



Um caminho. Esqueci o seu começo e desconheço onde finda.
Uma rua. Um beco. Uma avenida infindável. Uma eterna rotunda.
Felicidade. Nunca sabemos o seu desvio. E nunca sabemos onde podemos voltar a "entrar".
Pela minha boa fortuna caminho nela instintivamente. Mas vou fazendo os meus próprios buracos, onde tropeço em seguida.

Não sei como os faço e não sei como evitar. Disseram que sou ridículo. Concordo plenamente.
Disseram que não tenho motivos para ser como sou. Para ser um triste, como ouvi. Não! Não tenho! Mas terei tudo para não o ser?

A definição de toda e qualquer coisa varia. Até o sentido das palavras varia. Este último terá um pouco a ver com a entoação dada.
Tudo é volátil. Eu sou volátil! Há quem diga que sou dinâmico. Mas são coisas completamente diferentes. Ok! Eu acho que são diferentes. Mas também sou eu que estou a falar! (escrever)
Não sou? Serei? (...)

Eu sou volátil. E na minha labilidade que se verifica mormente no humor vou partindo o coração.
O meu juntamente com o dos outros. E o coração não é um puzzle, não podemos simplesmente voltar a montar.
Tenho atitudes que não são minhas! Não são? Serão?

Exprimo opiniões que parecem ser de outrem. Serão mesmo de outrem? Ou são as minhas mais recônditas ideologias?

Tudo isto com o virar do vento.
Imaginem-me numa esquina onde, de cada lado, corre uma tempestade de vento. Sempre que sopra o mesmo, parecendo a fúria de Deus a revelar-se, eu mudo! Mudo uma e outra vez. E novamente. Assim sucessivamente até voltar ao que sou e novamente mudar. Sou eu todos esses ventos?

Procuro resposta para a eterna pergunta. Qual a essência da vida?
Caio em cada letra da mesma pois a minha perspectiva muda (mais uma vez)com o vento.

Não posso fugir? Serei eu a fugir? Pode ser apenas um dos ventos a desvanecer-se. Sendo assim, se eu fugir muitas vezes ficarei apenas eu.

Porventura entediante.


Bem, fujo!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Shakespeare, William



Encontrei estas palavras ao acaso por intermediário da minha querida irmã.
São palavras de Shakespeare. Palavras que valem a pena ler. Palavras que nos levam a reflectir. Aqui ficam...



Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
A subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E tu aprendes que amar não significa apoiares-te,
E que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
E presentes não são promessas.

E começas a aceitar as tuas derrotas
Com a cabeça erguida e olhos adiante,
Com a graça de um adulto
E não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
Depois de um tempo tu aprendes
Que o sol queima se ficares exposto por muito tempo.

E aprendes que não importa o quanto tu te importes,
Algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa,
Ela vai ferir-te de vez em quando e tu precisas perdoá-la por isso.

Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confiança
E apenas segundos para destruí-la,
E que tu podes fazer coisas num instante,
Das quais te arrependerás para o resto da vida.
Aprendes que as verdadeiras amizades
Continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tu tens na vida,
Mas quem tu tens na vida.
E que bons amigos são a família
Que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos
Se compreendemos que os amigos mudam,
Percebes que o teu melhor amigo e tu
Podem fazer qualquer coisa, ou nada,
E terem bons momentos juntos.

Descobres que as pessoas
Com quem tu mais te importas na vida
São-te tomadas muito depressa,
Por isso sempre devemos deixar
As pessoas que amamos com palavras amorosas,
Pode ser a última vez que as vemos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes
Têm influência sobre nós,
Mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com os outros,
Mas com o melhor que podes ser.
Descobres que levas muito tempo
Para te tornares na pessoa que queres ser,
E que o tempo é curto.

Aprendes que não importa aonde já chegaste,
Mas para onde estás a ir.
Mas se tu não sabes para onde estás a ir,
Qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas as tuas acções
Ou elas te controlarão,
E que ser flexível não significa
Ser fraco ou não ter personalidade,
Pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
Existem sempre dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas
Que fizeram o que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.
Aprendes que a paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes
A pessoa que tu esperas que te chute quando tu cais
É uma das poucas que te ajuda a levantar.
Aprendes que maturidade tem mais a ver
Com os tipos de experiência que tiveste
E o que tu aprendeste com elas
Do que com quantos aniversários já celebraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti
Do que tu supunhas.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança
Que os sonhos são uma parvoíce,
Poucas coisas são tão humilhantes
E seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te dá o direito de seres cruel.

Descobres que só porque alguém não te ama
Da forma que tu queres que te ame,
Não significa que esse alguém
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem
Como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tu tens que aprender
A perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Tu serás em algum momento condenado.
Aprendes que não importa
Em quantos pedaços o teu coração foi partido,
O mundo não pára para que tu o consertes.
Aprendes que o tempo não é algo
Que possa voltar para trás,
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma,
Ao invés de esperares que alguém te traga... flores.

E tu aprendes que realmente podes suportar...
Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe
Mesmo depois de pensares que não podes mais.
E que realmente a vida tem valor
E que tu tens valor diante da vida!
As nossas dúvidas são traidoras
E fazem-nos perder
O bem que poderíamos conquistar,
Se não fosse o medo de o tentar...

Duas paixões e uma agonia.



Hoje decidi mostrar as minhas primeiras palavras enquanto alienado mental.
Deixo aqui portanto o primeiro aglomerado de palavras que criei versificadas. Deixo também as palavras escritas a um amor diferente. A um amor que confundi com um outro amor. Um amor chamado amizade. No final, e para concluir, deixarei as últimas palavras versificadas que escrevi. Até hoje não voltei a escrever em verso. Prosa é sem sombra de dúvida a minha paixão.


Com as próximas palavras deixo também um pouco de mim. Um pouco do meu passado. Duas paixões e uma agonia. Três poemas.


(Sem Título)

Quando te disse o meu nome
Pensei que me querias conhecer
Afinal o que querias
Era ver-me morrer

Não morrer literalmente
Mas não mais querer viver
Sofro e morro lentamente
Com medo de te perder

Sei que nunca me amaste
Pelo menos julgo eu
Gostava que por mim sentisses
O que por ti sinto eu

Eu não devia ter medo,
Medo de te perder
Pois eu estou consciente
Que nunca te irei ter

Ter-te, era um sonho.
Que me amasses, uma ilusão.
Nunca conseguirei tirar-te
Do meu morto coração.



Renunciar do amor.

Caminho sem sentido,
Procurando a saída
Sem medo, destemido,
Fujo à dor desta ferida...

...deste amor desmedido
Que enclausura a minha vida,
Que me faz ser um fingido
P’ra te manter como amiga

Uma amizade perfeita,
Que dura p’ra todo o sempre
Ou um efémero amor?

Escolhi, e desta feita,
Amigos eternamente...
E talvez um dia esqueça a dor!



Doloroso Acordar

Um sentimento novo,
Uma nova confusão…
Vem-me deixando choroso
Este sair da ilusão

Não é ódio!
E amor não é com certeza.
É um misto destes dois
Que trato com delicadeza…

Ao devoto amigo,
Meu amor lhe dedicava,
Fiquei de coração sentido,
Nesta nova temporada

Um acordar diferente
Me trouxe um novo olhar
Em mim incendiou um ódio
Que me faz esquecer de amar!

A este sentimento novo,
A esta nova confusão…
(Estando bastante medroso)
Prefiro a ilusão!


Au revoir!

A perfeição é um tédio!

(Velhas Palavras)


Quero partir p’ra bem longe!
Fugir de tudo o que me rodeia.
Aqui tudo é belo!
Desde o Génesis ao Apocalipse,
Desde o nascer ao por-do-sol...
Desde a calma "chuva de molha tolos",
Às tremendas tempestades...
Desde o inocente fogo num isqueiro,
À lava emergente dum vulcão...
De tudo aqui presente resulta uma tamanha beleza
Que ultrapassa a perfeição.
Aqui todos amam,
Todos são felizes.
Todos de maneiras diferentes,
Mas todos o são!
Aqui...
Tudo é perfeito.
Mas...
Note-se que esta sublime formosura
Constitui, por si só, o maior defeito.
Pois se a totalidade for perfeita...
Como fazer comparações???
Como podemos admirar a beleza de algo
Se tudo é perfeito?
Como poderia dizer que estou saudoso
Se, sendo tudo perfeito,
Te teria, por associação, do meu lado??
Como dizer que és a mais bela
Se todas seriam perfeitas como tu??
Nunca discutiríamos...
Mas também nunca iríamos ter
Aqueles carinhos pós arrufo.
O meu objectivo é
Fazer ver àqueles
Que se queixam da vida
E que desejam que tudo seja perfeito
Que a perfeição é um tédio...
É de todos o maior defeito!

Não queiras o perfeito, leitor. Contenta-te pelo que tens. Vai à luta se não te chegar ainda. Não julgues que não podes estar triste só porque há pessoas numa pior situação que tu. Sim, há! Mas isso não te invalida.
Luta por tudo o quanto quiseres. Luta pela perfeição porquanto esta é uma quimera. Ao atingir um objectivo, criamos instintivamente outro. Ao alcançar a perfeição, mudamos automaticamente a nossa definição da mesma. Perdendo-a novamente. Luta pela tua utopia. Luta pela perfeição! Mas cuidado, não te iludas! Ou cansar-te-às.

Assim me despeço.
Até breve caro leitor.

Um Natal novo está à porta!



O tempo passa. E um novo Natal está à porta!
Com ele vem uma revolta que cresce dentro de mim. Como todos sabem o Natal é uma festa Católica que comemora o nascimento do seu Messias. Sim! Católica! A igreja ortodoxa comemora o Natal a dia 7 de Janeiro. A Católica é que é a dia 25 de Dezembro. Por isso acho que está correcto dizer que é uma festa Católica, mesmo sabendo que seria mais correcto referir-me ao dia em causa como uma festa Cristã.

No "Natal" (posteriormente perceberão o porquê das aspas) a família reúne-se, fazem a jantarada, a troca de prendas, comem umas 'lambetas', dão duas de letra.
Enfim, um dia como há poucos. Afinal, se virmos bem, não é todos os dias que a família se pode reunir toda à volta da mesa da sala de jantar a partilhar os episódios mais cómicos do ano que quase finda ou a discutir as últimas controvérsias do mundo dos media.

O Natal (agora sim, sem aspas) é a tal comemoração, que quase todos se esquecem, do nascimento do menino Jesus. Aquele menino que, tornado homem, realizou 35 milagres, segundo reza a lenda. Aquele menino que foi negado 3 vezes pelo seu escolhido apóstolo Simão Pedro que viria a ser o primeiro Bispo de Roma. O termo Papa só começou a ser aplicado alguns séculos mais tarde, mas hoje é considerado como o primeiro Papa da Igreja Católica e seu fundador. Um pouco anacrónico, não?

Isto é o Natal. Aquilo que 90% ou talvez mais da sociedade hoje em dia faz não é celebrar o nascimento de Cristo. É sim uma tradição familiar que tem raízes num passado anterior ao nascimento dos presentes e ausentes, mas cujo sentido mudou.
Já para não falar no uso da árvore artificial iluminada com inúmeros objectos funcionantes a electricidade, coisa considerada impensável no dia original do seu nascimento.
Não faz sentido.

Eu pergunto-me porque é que, não sendo católicos, insistem em chamar essa pequena tradição familiar de Natal. Força do hábito?
Mais me espanta ainda que seja apenas nesse dia, 24 de Dezembro pela noitinha, que todos decidem juntar-se. Famílias que muito provavelmente não o fazem mais que essa vez no ano quando o mesmo tem usualmente 365 dias!

Deixa-me triste que as pessoas apenas se dediquem com semelhante veemência à família nesse feriado religioso que para eles não faz sentido.

Duas comemorações. Natal e união familiar. Apenas coincidem no dia, como tal não deviriam ser chamadas pelo mesmo nome. Alias, não me revoltaria se nem nome lhe dessem, pois uma tradição familiar não tem nome. Revolta-me que insistam em dizer que essa sua tradição é a essência Natalícia.


Retiro-me. Até mais!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Um episódio nada usual



Viva! Caro leitor, hoje te escrevo com uma felicidade que há muito não sentia.
Nada mudou, apenas relembrei um pouco o passado. Um passado mais antigo que todos os meus tormentos. Um passado que gostava de reviver.

O meu dia começou bem. Uma simples mensagem de bom dia de alguém que me ama mais que eu a ela. Animou-me. É tão bom ser amado. Só lamento não conseguir responder com a mesma moeda.

Estou a trabalhar. Numa das coisas que sempre sonhei. Sim, uma das.
O meu maior sonho era ser astrónomo. Nunca tentei sequer! Se eu concretizasse o meu maior sonho que me restaria para dar força? Nah! Deixem-me sonhar!

Perto do fim do dia tudo desabou! O meu patrão é o racismo em pessoa. E eu, logicamente, tenho que ouvir e calar.
"Selvagens" parece ser uma palavra bastante comum para ele.
Enfim, estou feliz demais para me preocupar.

Um episódio nada usual;

No caminho para casa caiu sobre os meus olhos um pesado sono. Estava no metro quando adormeci. Eu saio na última paragem e são 40 minutos de viagem. Achei que não me devia preocupar. Deixei-me levar. Deixei-me embrenhar no sonho eminente.
Tudo vazio, não há paredes, não há mobília, não há chão ou tecto. Apenas Vazio.
Ao longe consigo distinguir um vulto. Um vulto feminino que caminha para mim.
Sinto o coração acelerar com cada passo desse desconhecido ser. Em contra luz distingo a sua forma. As suas curvas. A sua perfeição.
Chega-se a mim, beija-me e leva-me para o mais profundo sonho.

Erro crasso!

O metro pode sempre ir para a recolha!
Acordei com um leve toque no ombro. O metro tinha ido e estava de volta à estação. As pessoas entravam. Um simpático rapaz acordou-me.
Confuso, tentei subir pelas escadas rolantes que apenas desciam.

Foi um episódio com uma certa piada. Ri-me de mais com ele.
Queria partilhá-lo.

No caminho para casa, já um pouco longe da estação, encontrei uma velha amizade. A passada amizade que adoraria reviver como miudinho inocente que nada sabe e que nada quer saber.
Era tão bom ser criança! É a única coisa que a vida deixa saudades, creio.
Tudo o mais passa à história se nos distrairmos.

Bem, retiro-me.
Gostei deste tempo que me dedicaste leitor, até breve.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Labilidade de Humor!



Vais ler isto? Não tens nada mais interessante para fazer? Já que tens tanto tempo livre podias dedicar-te a um qualquer serviço comunitário!
Aviso desde já que é entediante esta leitura! São as palavras de um ser instável que não se compreende a si mesmo. São as MINHAS palavras!

Labilidade de Humor!
O pão nosso de cada dia ao longo de quase 3 anos. Começa a cansar!
Estava contente e agora apenas quero morrer!
Tão diferente e tão comum.
Tão estranho.

Penso como escrevo, sinto o que escrevo. Mas, por vezes, sinto de uma outra forma. Penso de uma outra forma.
Julgo outrem segundo os meus valores. Estou neste momento a racionalizar segundo esses valores, mas a quebra-los no peito! Não sinto o que penso! Embora o que penso seja o correcto!
Quem sou eu?
O que sou eu? O sentir ou o racionalizar?
Ou ambos? O que certamente fará de mim maluco.

Gostava de compreender o que me faz perder a vontade de esbracejar e voltar ao mar de rosas. Gostava de compreender o que me faz sair do mar de rosas. Gostava de compreender. Apenas isso!

Lembram-se do Homem comum? Eu penso e sinto como ele por vezes.
Se se perguntam qual o problema visto ser esse o meu desejo.
É que não deixo de saber o que sei. Não deixo de saber que há algo mais. Algo mais importante.

Estou confuso. E este foi o meu sincero desabafo.

Sem mais delongas te deixo leitor, até mais!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Quero apenas um eterno crepúsculo.



Frio! Está frio!
E com o descer da temperatura desce o meu humor. Por muito incrível que possa parecer!
Estou cansado de caminhar no escuro e procurar a minha luz. Agora quero apenas um eterno crepúsculo.
Tudo o que é bom tem fim. Tudo o que é mau tem fim.
Resta-nos a nós decidir se vale a pena esperar pela nova temporada!

O problema é que eu não consigo decidir. Sinto uma coisa, racionalizo outra.
Bem hajas confusão que, pelo desconhecido, me dás na curiosidade a força que preciso.

Neste momento em que escrevo estou a irradiar de confusão. Encontrei a rapariga do sonho no almoço mas sob a forma de palavras.
Não a conheço.
Não a vi.
Apenas ouvi a sua voz e li as suas palavras afectivas.

Rouba-me toda a atenção para ela. Sem eu compreender como.
Como faz ela isto?
Domínio? Talvez não seja a palavra certa, mas é um bom exemplo.
Inunda-me de contagiosos sorrisos com um simples bom dia!
Torna os meus sonhos arte com uma mensagem de boa noite.
Sonho encontrá-la!
Pouco me importa como se parece. Apenas quero que venha para o pé de mim e traga aquela lanterna que tem na mão para iluminar o meu caminho.

Vou sorrir de soslaio a esta felicidade que me ataca de repente e mante-la por perto o mais que conseguir.
Talvez seja este o meu crepúsculo. Pena que as leis da vida não lhe permitam eternidade.

Sim, vale a pena viver. Pelo menos na nossa hora saberemos aquilo que teríamos perdido.


Até um dia caro leitor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Pode não haver segunda oportunidade!



Rodeado, estou sozinho!
Errata: sinto-me sozinho

Todos falam, todos murmuram, todos gritam ansiosamente. Eu, pacientemente, sigo a minha já velha rotina diária e, incrivelmente, não oiço ninguém.
Trabalho, almoço, trabalho, casa.
É esta a minha rotina. De momento estou no almoço. Errei ao pedir uma bebida fresca, faz-me gelar. Está uma tarde excessivamente fria, felizmente o calor que provém da cozinha do café, onde passo todas as minhas horas de almoço, aumenta consideravelmente a temperatura do mesmo.
É agradável aqui estar.
Jogo! Jogo matraquilhos até que me doam os pulsos. Essa incómoda dor também já faz parte da rotina. Por hoje já chega de gastar moedas para brincar com uma bola pouco maior que uma leiteira (um daqueles berlindes grandes, ainda se lembram da animada infância?), chutando-a contra um buraco esculpido rudemente (ou talvez a mesa já seja velhinha) na extremidade oposta à que estou eu. Por sinal, também tem um do meu lado. Estou cansado. Procuro a cadeira mais próxima para poder repousar suavemente até que chegue o meu saboroso almoço.
Estou com uma fome de lobo!
(...)
Finalmente saciado.
Ui! Uma pequena aragem percorreu os meus nus antebraços e fez-se sentir nos ossos!! Alguém abriu a porta lá no fundo! Bem lá no fundo! Consigo ver a porta fechar e, muito lentamente, volta aquele quentinho agradável acompanhado por aquele cheirinho a comida da mamã. Neste caso, da comida da D. Lina, a hábil cozinheira aqui do sitio. Vejo ao longe o vulto daquela ilustre pessoa que teve a brilhante ideia de escancarar o raio da porta!
Ele..... ups, ela! Pelo que vejo, está a chover lá fora. Era impossível estar mais molhada.
Raios! Porque tinha que estar mesmo próxima a mim a única mesa vazia em todo o café?
Parece que não está apenas a chover lá fora, acho que toda a água existente no mundo foi absorvida para a atmosfera e está agora a ser largada sobre nós. Dá-me a impressão de que ela está chateada, será por causa dos piropos que aqueles grunhos (desculpem o calão, mas não há palavra melhor) ali do fundo mandaram? Pouco me importa. Não sou de meter conversa num café com frases feitas. Aliás, não sou de engatar!
Gosto de socializar, sim. Mas a minha mãe sempre me ensinou que não se deve falar com estranhos(as).
Bem, estou a fugir à enfadonha narrativa do meu dia, ela já chegou.
Está à mesa!
Tem umas calças de ganga gastas na zona da coxa. Um top cai-cai vermelho. Parece que saiu de casa para um dia de verão. Reconheço que o dia começou aberto e calorento, por sorte eu tinha uma camisola e um casaco no carro. Ela tem ainda um casaco que parece estragado pela chuva, um castanho desbotado e parece cheio de terra! Terá caído ao chão? Também pode ser uma nova moda, não sei.
Não entendo porque me prende tanto a atenção, mas de facto prende. A chuva não teve piedade dos seus cabelos claros! Creio serem loiros, pois assim molhados estão com uma coloração semi castanha, semi loira.
Um castanho claro.
O cabelo encobre a face deste ser que incompreensivelmente me prende a atenção....ela.... ela desvia os cabelos e eu vejo agora os seus olhos.
São verdes. A sua cor é salientada pelo pequeno (quase imperceptível) toque de eyeliner escuro.
Meus Deus!!
Um olhar, sem sombra de dúvida, hipnotizante.
O quente que provinha daquele canto cheiroso dissipa-se! Aquele olhar congela-me a alma e deixa-me sem pensar. Incendeia no meu peito algo que nunca senti antes.
Os meus olhos acompanham o fechar dos dela e não mais os consigo abrir! Por mais que tente, não consigo! Acho que não estou a dar tudo de mim, estou embrenhado num sonho com aquele belo ser.
Estamos juntos. Sinto o seu corpo colar no meu. Está molhada (será da chuva?), porém a sua temperatura à flor da pele é bastante agradável.
Como poderei estar a sonhar? Estou acordado, não estou? Já não tenho certeza de nada... apenas sei que gostaria de ficar assim para todo o sempre. Este ser incrivelmente belo, esta mulher! Nós; a sós num sitio que desconheço mas que é bastante aprazível. Estamos nus, bem juntos, de respiração ofegante! A sua face corada sorri para mim, e vejo os seus lábios produzirem as palavras "Que se passa? Pela tua cara parece que nunca o tínhamos feito!"....
Olho o seu corpo e vejo os seus seios despidos. São isentos de qualquer imperfeição...
-Estou a sonhar? - Pergunto.
Ela agarra-me, puxa-me para si, sinto o meu coração acelerar com o dela! Sinto os seus suaves lábios tocarem os meus! Sinto....
(....)
-Ai! Porque me bateste?! - Questiono indignado.
"Estavas a dormir! Anda, vamos embora... está na nossa horinha". Foram estas as palavras que ouvi serem proferidas por um dos meus amigos.
Levanto-me! Estou com dores no pescoço por causa do excesso de inércia. Visto o casaco, deixo o dinheiro na mesa e grito para a D.Lina "um beijo e até amanhã! Estava óptima a comida!".
Os que estavam comigo estão todos com pressa, se calhar hesitaram em acordar-me e ficamos tempo demais. Ainda bem que hesitaram, pelo menos durou mais um pouco.
Devido à pressa, à saída do café, vou contra uma rapariga com tal força que a atirei ao chão!
Ajudo-a a levantar-se! Coitada! Está vestida como se fosse verão. Ninguém contava com este temporal! É uma rapariga muito bonita e paralisa-me o olhar. Tem olhos verdes, traz um cai-cai vermelho, umas calças de ganga e um casaco branco. Bem, pelo menos era branco antes de eu a atirar ao chão.
Não consigo pedir desculpa. Não consigo proferir qualquer palavra!
O meu amigo puxa-me e enfia-me dentro do carro. Já em andamento, abro a janela, meto a cabeça de fora e, levando com aquela chuva na cara (uma sensação agradável), grito:
-Desculpa!
Ela já estava a entrar no café, parecia chateada.
Já não me ouviu... Fui tarde.
Acabo assim a narrativa de uma hora de almoço...


Devemos agarrar as oportunidades dadas pela vida no primeiro momento, o segundo pode ser tarde. E pode não haver segunda oportunidade! Não se deve hesitar. E, tal como diz um amigo, "não nos devemos arrepender do que fizemos, mas do que não fizemos". Vive como se não houvesse amanhã, vive para que simplesmente não te arrependas. Quanto a mim, continuarei a pensar demasiado tentando arranjar resposta para o tudo e para o nada. Esta é mensagem que deixo aqui hoje.


Até breve meu caro.

PS: nada nesta narrativa é real!

sábado, 10 de novembro de 2007

A ti, homem comum, te invejo!



"Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência."
Aristóteles

A noção certo-errado varia, bem o sei. Depende dos princípios de cada um, da cultura, do meio social. Mas aparte disso, o que poderemos chamar a uma pessoa que, segundo os seus valores, julga outrem mas, conscientemente, foge ao seu julgamento quando quebra os seus próprios valores e que pretexta dizendo ter sido mero acaso intencional?
Não deve o Homem ser senhor da sua vontade? Ter capacidade de decidir o que fazer ou não fazer em todo o caso? Não deve o Homem ser capaz de julgar-se a si mesmo e fazer pesar a sua consciência quando quebra os seus valores? Não deve o Homem perdoar o próximo quando fechou os olhos a si mesmo? Não deve o Homem fazer o que mandam os seus valores, a sua consciência, e controlar a sua vontade respeitando assim a sentença anterior? Deve? Creio que sim... desaponta-me ver que não nalguns dos que me são mais próximos. Mas (por vezes penso que infelizmente) a vida continua.


"Não quero ser um génio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem!"
Camus, Albert

Tenho um dom da qual me orgulho, é que todos os meus vícios são efémeros. Destruo vícios com a mesma facilidade que os crio, pois sou perfeitamente capaz de me abstrair das coisas que mais gosto. Há apenas uma coisa que me vence, mas que me ajuda também a vencer todos os outros vícios, é o pensar demasiado e questionar tudo o que vejo e sinto! É do conhecimento geral que quanto mais se questiona, mais se perde. Mas posso fazer a minha voz entoar no céu gritando que sei tudo o mais que o Homem comum ignora, durmo no entanto no leito da confusão, do mistério. Ao concreto e invariável há uma só resposta fácil de encontrar, se procurada da maneira correcta. Mas ao abstracto, a tudo aquilo que varia de mente para mente, a isso não! Poderemos encontrar uma resposta, mas ela não é intemporal nem aplicável a todo o caso. O porquê do amor, o porquê do ódio, o porquê das frenéticas paixões, o porquê da amizade, o porquê de tantas desilusões, o porquê da vida. Este último fascina-me particularmente. Pois é a única à qual não encontro uma resposta nem sequer momentânea. Qual o seu propósito?

O melhor exemplo para dar ao Homem leigo é Einstein!

Albert Einstein. Uma mente ilustre capaz de desvendar os maiores mistérios que esconde a física. Desenvolveu a teoria da relatividade, ganhou o prémio Nobel da física pela explicação do efeito fotoeléctrico entre muitas outras coisas. O seu trabalho teórico permitiu a criação da bomba atómica.

Este ilustre homem deixou um legado, até ao fim dos dias da humanidade se ouvirá falar dele. Graças ao seu trabalho, Einstein, é hoje sinónimo de génio, é uma mente como há poucas e foi até considerado o homem do século pela revista Times.

Tenho duas opiniões distintas sobre Einstein, ou era um homem comum que apenas queria viver sem se importar porquê, no entanto deveras inteligente! Ou um homem ainda mais capaz do que aquilo que se pode imaginar, pois conseguiu ignorar todas as perguntas que ressoavam na sua cabeça e levar a vida do comum. Se o fez, venero-o pois já é demasiado difícil viver com estas perguntas, quanto mais ignorá-las e tornar-se sinónimo de génio, como dizem alguns.

Há ainda uma terceira opção, a qual acho pouco credível. Respondeu a todas as perguntas e dedicou-se (em simultâneo ou posteriormente) à sua paixão. Aos devotos seguidores de Einstein explico porquê. São perguntas à qual não há resposta, julgo já ter explicado isso hoje neste mesmo post.

Ao homem a quem pouco interessa o porquê de viver, é-lhe fácil fazê-lo. Ao que analisa todos os porquês, não! Pois não encontra motivo que o sustente.



A ti que me lês, até breve...
A ti, homem comum, te invejo!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A minha primeira vez....



"Paco Só é o meu nome.
Filho de António Ninha e Mariana Naça, o meu nome não poderia ser Paco Ninha nem Paco Naça... teve que ficar Paco Só."

'O homem que mordeu o gato.' de Rui Fialho

É uma leitura interessante e com certeza hilariante. Mas não é disso que vos venho falar! Pelo menos, não hoje.

Começando por introduzir a minha (ilustre, mas ignóbil) pessoa. Sou de nome Carlos Barbosa, nascido a 28 de Abril de 1982. Poderia descrever-vos sumariamente a minha vida, mas se é chata para mim, não sei o que será para vocês. Para além disso, não estou aqui para vos falar da minha vida isenta de qualquer sentido, mas sim das coisas que passam pela cabeça d'um ser demente.

Não me apraz dizer que sou demente, agrada-me mais pensar que sou apenas um ser com uma alienação mental com modificação profunda da personalidade.

Esta é a minha primeira vez nesta coisa que chamam de blog. Tentarei ser objectivo quando falar sobre algo ou alguém, mas nenhum Homem fala de si mesmo imparcialmente ou, neste caso, do que lhe passa pela cabeça.

Bem, deixando-me de rodeios, entro já a matar!

Será que vale a pena?
Esta é a pergunta que faço a mim mesmo todos os dias (creio que tenho demasiado tempo para pensar). Todos sabemos que a vida é feita de desilusões, de estalos na cara. Tenho um amigo que tem uma teoria muito interessante. "A vida é como um mar de rosas, enquanto caminhas no topo é macia e confortável. Mas assim que vais abaixo picas-te, magoas-te. Só resta esbracejar e voltar para o mar de rosas!".


Agora digo eu, que ser estúpido é o homem que mesmo conhecendo o risco, caminha num "piso" instável? Qual o prazer?

A minha vivência e a minha educação fez de mim o que sou. Se alguém tiver exactamente a mesma vivência, a mesma educação, os mesmos princípios, etc. tudo igual, então será como eu. Será um eu com um corpo diferente se assim quiserem dizer. Então todos somos capazes de fazer a mesma coisa, nenhum de nós é indispensável. Sei que dirão que ninguém é dispensável, pois todos somos diferentes. Mas o que eu quero dizer é que a particularidade que reside em nós poderia residir numa outra qualquer pessoa. Então o que andamos nós aqui a fazer? Somos apenas mais um? Não me agrada....

Fui educado que devemos estudar para sermos alguém na vida, pergunto-me qual o propósito. O objectivo é sermos alguém, ok! Entendido! Mas porquê?! Se qualquer um é capaz de fazer o mesmo que nós porque haveremos nós de fazê-lo? Porque não desistir?

Essa é a minha pergunta e são escassas as mentes que me dão respostas satisfatórias, todos os outros usam como fonte de força (chamemos-lhe assim) coisas supérfluas.


Voltarei brevemente para vos escrever, se assim o quiserem. Se não quiserem, voltarei na mesma!

Até mais....