sábado, 10 de novembro de 2007

A ti, homem comum, te invejo!



"Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência."
Aristóteles

A noção certo-errado varia, bem o sei. Depende dos princípios de cada um, da cultura, do meio social. Mas aparte disso, o que poderemos chamar a uma pessoa que, segundo os seus valores, julga outrem mas, conscientemente, foge ao seu julgamento quando quebra os seus próprios valores e que pretexta dizendo ter sido mero acaso intencional?
Não deve o Homem ser senhor da sua vontade? Ter capacidade de decidir o que fazer ou não fazer em todo o caso? Não deve o Homem ser capaz de julgar-se a si mesmo e fazer pesar a sua consciência quando quebra os seus valores? Não deve o Homem perdoar o próximo quando fechou os olhos a si mesmo? Não deve o Homem fazer o que mandam os seus valores, a sua consciência, e controlar a sua vontade respeitando assim a sentença anterior? Deve? Creio que sim... desaponta-me ver que não nalguns dos que me são mais próximos. Mas (por vezes penso que infelizmente) a vida continua.


"Não quero ser um génio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem!"
Camus, Albert

Tenho um dom da qual me orgulho, é que todos os meus vícios são efémeros. Destruo vícios com a mesma facilidade que os crio, pois sou perfeitamente capaz de me abstrair das coisas que mais gosto. Há apenas uma coisa que me vence, mas que me ajuda também a vencer todos os outros vícios, é o pensar demasiado e questionar tudo o que vejo e sinto! É do conhecimento geral que quanto mais se questiona, mais se perde. Mas posso fazer a minha voz entoar no céu gritando que sei tudo o mais que o Homem comum ignora, durmo no entanto no leito da confusão, do mistério. Ao concreto e invariável há uma só resposta fácil de encontrar, se procurada da maneira correcta. Mas ao abstracto, a tudo aquilo que varia de mente para mente, a isso não! Poderemos encontrar uma resposta, mas ela não é intemporal nem aplicável a todo o caso. O porquê do amor, o porquê do ódio, o porquê das frenéticas paixões, o porquê da amizade, o porquê de tantas desilusões, o porquê da vida. Este último fascina-me particularmente. Pois é a única à qual não encontro uma resposta nem sequer momentânea. Qual o seu propósito?

O melhor exemplo para dar ao Homem leigo é Einstein!

Albert Einstein. Uma mente ilustre capaz de desvendar os maiores mistérios que esconde a física. Desenvolveu a teoria da relatividade, ganhou o prémio Nobel da física pela explicação do efeito fotoeléctrico entre muitas outras coisas. O seu trabalho teórico permitiu a criação da bomba atómica.

Este ilustre homem deixou um legado, até ao fim dos dias da humanidade se ouvirá falar dele. Graças ao seu trabalho, Einstein, é hoje sinónimo de génio, é uma mente como há poucas e foi até considerado o homem do século pela revista Times.

Tenho duas opiniões distintas sobre Einstein, ou era um homem comum que apenas queria viver sem se importar porquê, no entanto deveras inteligente! Ou um homem ainda mais capaz do que aquilo que se pode imaginar, pois conseguiu ignorar todas as perguntas que ressoavam na sua cabeça e levar a vida do comum. Se o fez, venero-o pois já é demasiado difícil viver com estas perguntas, quanto mais ignorá-las e tornar-se sinónimo de génio, como dizem alguns.

Há ainda uma terceira opção, a qual acho pouco credível. Respondeu a todas as perguntas e dedicou-se (em simultâneo ou posteriormente) à sua paixão. Aos devotos seguidores de Einstein explico porquê. São perguntas à qual não há resposta, julgo já ter explicado isso hoje neste mesmo post.

Ao homem a quem pouco interessa o porquê de viver, é-lhe fácil fazê-lo. Ao que analisa todos os porquês, não! Pois não encontra motivo que o sustente.



A ti que me lês, até breve...
A ti, homem comum, te invejo!

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